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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O choro de Joquebede - Vanilda Bordieri


Ser mãe em tempo de crise - A estratégia de Joquebede

Êxodo 2:1-10.


A mãe de Moisés, Joquebede: era judia, da tribo de Levi, e viveu no período do cativeiro de Israel no Egipto, para onde o seu povo viera, a convite de Faraó, na época de José.
Ficara na terra de Gósen, boa para o gado, com muitas pastagens, no delta do Nilo.
Depois da morte de José e também do Faraó que o elevara a governador, os israelitas multiplicaram-se e a nova dinastia que agora governava o país teve medo que se fortalecessem e viessem a tomar o poder.

O Faraó então lançou uma política para enfraquecer Israel: baseava-se em matar os bebés do sexo masculino, ao nascerem. As parteiras foram chamadas à presença de Faraó e receberam ordens para executar os meninos recém-nascidos.
Mas estas mulheres temeram a Deus e não obedeceram às ordens do rei. Elas desculparam-se dizendo que as mulheres hebreias eram fortes e, que, quando iam assistir aos partos as crianças já tinham nascido. Deus abençoou as parteiras (Sifrá e Puá) pelo que fizeram ao seu povo, e elas puderam ter filhos também.

Então o Faraó pôs em prática outra medida para limitar o crescimento dos hebreus: ordenou aos pais que lançassem os filhos no Nilo, caso fossem do sexo masculino. O terror pairava sobre as famílias dos hebreus.
Joquebede já tinha 2 filhos: Miriam e Arão, mas voltou a ficar grávida, e escondeu como pôde a sua gravidez.

Durante os 3 primeiros meses de vida do menino, ela conseguiu escondê-lo. Moisés devia estar bem alimentado e dormir muito, pois o seu choro não o denunciava. Até que ela teve de tomar uma decisão, com base numa estratégia para preservar o seu filho vivo.

Esta mulher é um modelo de mãe em tempo de crise. Qual foi a sua estratégia?:

1. Recusou entregá-lo à morte, por isso fez um cestinho de junco, pôs a criança lá dentro e lançou-o nas águas: as circunstâncias adversas não lhe mataram a esperança de ver o seu filho escapar à morte. Mães, não baixem os braços!

2. Calafetou muito bem o cestinho, por dentro e por fora: evitou que as influências do mundo o levassem ao fundo. Mães, protejam os vossos filhos das influências de morte deste mundo!

3. Cobriu o cesto com uma tampa: evitou expô-lo desnecessariamente ao mundo (choro). Mães, não exponham os vossos filhos.

4. Orientou a filha para que o acompanhasse de perto: Miriam compreendeu que aquele bebé era precioso, e que Deus tinha um propósito para ele. Mães, acreditem que Deus tem um propósito para os vossos filhos!

5. Confiou em Deus: quando fazemos tudo quanto podemos resta-nos confiar em Deus. Mães, façam a vossa parte e depois confiem em Deus!

6. No fim recebeu o prémio merecido: a princesa chamou-a para ser ama-de-leite do seu próprio filho, e foi paga para isso…

Conclusão: Se Joquebede não tivesse uma estratégia, Moisés teria morrido

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Baca - Vencendo o vale das lágrimas


Salmo 84

Segundo o dicionário “vale” é uma depressão ou planície entre dois montes. O salmista nos fala do "Vale de Baca". A palavra Baça no hebraico significa lágrima, choro. Então aquele vale era conhecido como o “vale das lágrimas”, ou seja, o trecho mais difícil da estrada.
Qual de nós pode dizer que nunca passou pelo vale das lágrimas? A passagem pela vida nos faz chegar a esse vale. Alguns chegam a esse vale por causa da perda, da traição, da violência, etc. Outros chegam ao vale de lágrimas por causa da tentação, da indiferença. Da depressão, etc.
O salmista que passou essa terrível experiência e nos dá a fórmula de como sair desse vale.

1. TER DEUS COMO ÚNICA FONTE DE FORÇA. V. 5

Só vence o vale de lágrimas aquele que faz de Deus a sua Fonte, o seu Gerador, a sua Usina de Força. Nenhum livro de auto-ajuda, do tipo “Como Vencer ou Como Superar Um Mau Hábito” vai conseguir fazer com que você vença o vale de lágrimas, pois eles dizem o que fazer, mas não têm o poder para fazer. Não existe há força humana que resista ao Vale de Baca.
Na hora do desprezo, da depressão, da tragédia, qualquer força humana é pouca comparada à pressão das adversidades sobre nós. E você só vai vencer o vale de Baça se você crer no seu coração que a força que você precisa vêm de Deus.
A nossa força não está no pensamento positivo, não está no dinheiro, não está no nosso líder, não está na nossa família – a nossa força vem do Senhor! Declare que a sua força vem do Senhor e deixe Deus agir na sua vida.

2. MUDAR PRIMEIRO O CORAÇÃO. V. 5

O salmista diz que “Felizes são aqueles que conseguem transformar o vale árido das lágrimas num manancial de bênção! Mas quem são esses? São aqueles que mudaram primeiro a sua situação interior, dentro do seu coração. Só muda a situação do lado de fora da vida, quem já mudou a situação do lado de dentro. É a situação na qual se encontra o seu coração que vai determinar a situação da sua vida.
Portanto, é impossível mudar a história que nos envolve, sem primeiro mudarmos a história do nosso coração. Isso só é possível mediante a graça de Deus. “Porque o SENHOR Deus é Sol e Escudo; o SENHOR dá Graça e Glória” V. 11.
Isto quer dizer que o vale de lágrimas recebe a Graça de Deus e não a esgota nem um pouco. O seu vale de lágrimas, seja do tamanho que for, da fundura que for, da largueza que for, não vai jamais estancar a Graça de Deus nem esgota-la, pois ela é inesgotável. Se o seu vale de Baca é grande, saiba que a Graça de Deus vem no tamanho da sua dor; ela ganha a dimensão do seu sofrimento. Por isso receba hoje Jesus no seu coração, pois Ele expressa a Graça de Deus sobre nós.

CONCLUSÃO: Quem sabe, você não esteja hoje, no meio do Vale de Baca – consumido pelas lágrimas do sofrimento? Esse Salmo é uma carta de Deus para sua vida, cujo dia-a-dia é marcado por dificuldades, por problemas, por lutas, que acabam tornando nossas vidas num vale de lágrimas. Diante dessa situação tenha Deus como fonte de sua força e mude os pensamentos do seu coração, recebendo a graça de Deus que é o Senhor Jesus! Amém.

Por Pr. Jário V. Gomes

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Leonardo Gonçalves & Laura Morena - Ele virá


A humildade precede a honra


A humildade de alma sempre traz uma bênção consigo. Se esvaziarmos nosso coração do egoísmo, Deus nos encherá com o seu amor. “A humildade precede a honra” (Pv 15.33).

Aquele que deseja comunhão íntima com Cristo precisa recordar-se desta palavra do Senhor: "O homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra" (Isaías 66.2).

A mais doce comunhão com os céus é desfrutada somente por almas humildes. Deus não rejeitará qualquer bênção a espíritos completamente humildes. "Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus" (Mateus 5.3).

Todo o tesouro de Deus será dado à alma que é humilde o suficiente para recebê-lo, sem tornar-se orgulhosa por causa disso.

Deus nos abençoa até à medida em que será seguro para Ele fazê-lo. Se não recebemos determinada bênção, isto acontece porque não é seguro para nós possuirmos tal bênção.

Se nosso Pai celestial permitisse que nossos espíritos ainda não humilha­dos recebessem determinada vitória em nossa guerra santa, ergueríamos a coroa por nós mesmos. Por isso, ao enfrentarmos um novo inimigo, somos derrotados.
Quando um crente é sin­ceramente humilde e não se aventura a tocar em qualquer grão do louvor, não há limites para o que Deus fará na vida desse crente.

A humildade nos torna prontos para sermos abençoa­dos pelo Deus de toda graça; também nos capacita a nos relacionarmos eficientemente com nosso próximo. A verdadei­ra humildade é uma flor que adornará qualquer jardim; é uma erva com a qual podemos temperar qualquer prato de vida.
Quer na oração, quer no louvor, quer no sofrimento, quer no traba­lho de Cristo, o verdadeiro sal da humildade não pode ser utilizado em excesso.

Por Charles H. Spurgeon

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Casting Crowns - Slow Fade


A insensatez


Há três termos usados em nossas Bíblias que são traduzidos como “insensato”. O primeiro é kêsil, o segundo é ‘ewil e o terceiro é nabal. Assim mudamos da sabedoria para insensatez, a não sabedoria”.

1.O INSENSATO KÊSIL
“É o termo mais comum, aparecendo quase cinqüenta vezes. A idéia é da pessoa estúpida e obstinada, que nunca cede em seus pontos de vista. Sempre se julga certa. Em si mesmo, ele é uma pessoa sem capacidade de se concentrar em algum projeto”. É o insensato que sabe tudo e que nunca muda seus pontos de vista e quer que o mundo se amolde a ele. É a idéia de alguém arrogante, turrão.


2.O INSENSATO ‘EWIL
Seu sentido é um pouco diferente.Este termo aparece 19 vezes e significa “estupidez” e “teimosia”. Parece mais forte, mais sinistro. Como é ele?

(1) Ele é conhecido logo que abre a boca. Só sai o que não presta: Pv 10.14. O sábio guarda a sabedoria. Ele “gasta” bobagem. E despreza a sabedoria a instrução: Pv 1.7.
(2) Ele adora bate-boca, gosta de meter-se em discussões, força-as: Pv 20.3. O sábio foge de discussões, mas ele as ama. Dá um boi para entrar numa briga e uma boiada para não sair. Um cristão não deve ter tal costume: 1Coríntios 11.16.
(3) O seu falar logo se manifesta em ira: 12.16. Como gosta de discussões, sua ira logo se acende. Ele é contencioso. Até mesmo em questões religiosas. Quem entra em discussão com ele nunca terá descanso. Por isso deve ser evitado: Tito 3.9-11.
(4) Quando se ira, não tem senso de proporção: Pv 27.3. Faz tempestade em copo d’água.
(5) Por ser insensato (‘ewil) e falador, ele nunca ouve, e assim não aprende: Pv 10.8 e 15.5. Aliás, não aprende nem à base de pancada: Pv 27.22 (ver, principalmente, a BLH).

“Estúpido” e “teimoso” são os dois maiores significados deste termo. É a pessoa que nunca erra, que vence todas as discussões, que as ama, e que só sente bem levando vantagem sobre alguém. Já o seguidor de Cristo tem outro padrão: Efésios 4.29-32. E observe que “entristecer o Espírito” está conectado aos pecados de língua, de mau gênio e escassez de misericórdia. O ‘ewil entristece o Espírito. O sábio e justo semeia o bem com suas palavras

3.O INSENSATO NABAL É ORGULHOSO
É grosseiro porque é orgulhoso: “Se você tem sido bastante tolo para ser orgulhoso” (Pv 30.32, LH). Ele se eleva sobre os outros. Acha que é melhor que eles. Mas porque é tolo. Há igrejas orgulhosas de sua membresia, de suas receitas ou de seu templo. O orgulho é um desrespeito ao próximo, por julgá-lo inferior. É típico do nabal, o insensato arrogante. O cristão não age assim. Eis como age: Filipenses 2.1-4. O cristão respeita as outras pessoas e não se põe acima delas.

POR SER ORGULHOSO, O NABAL PLANEJA O MAL
Novamente 30.32: “… para ser orgulhoso e planejar o mal”. Ele ama o mal e o planeja. Assim fazendo, ele cria brigas. O v. 33 traz três vezes o verbo “espremer”: espremer leite produz queijo, espremer nariz produz sangue, e espremer ira produz contenda. Este nabal é contencioso. Muitas brigas surgem por causa do orgulho. Como age o cristão? Uma boa resposta está no Hino 569 HCC. Sua mensagem, com bastante conteúdo, é uma exortação a não sermos “nabais”.

POR SER ORGULHOSO, O NABAL NÃO TRAZ PALAVRAS BOAS
Pv 17.7: “não convém ao tolo a fala excelente”. Na ira, perde a cabeça e diz o que não deve. Seu falar é inconveniente. As palavras impensadas trazem conseqüências. Lembremos a história de um homem chamado Nabal: 1Samuel 25.4-11. A conseqüência: v. 13. “Filho de Belial” significa uma pessoa imprestável. O orgulhoso é imprestável para viver em relacionamentos. Abigail sobre Nabal: “Não há quem possa lhe falar” (1Sm 25.17). Há mulheres casadas com autênticos “nabais”.

A base de tudo é sua atitude espiritual. O nabal nega a ação de Deus: Salmo 14.1, onde “néscio” é nabal. Não é o ateu filosófico, mas o prático, aquele que nega a direção de Deus em sua vida. O orgulho é falta de Deus.
O verdadeiro conhecimento de Deus leva à humildade (não confunda com servilismo). Humildade é a correta compreensão de si mesmo, o entendimento de quem somos, sem mais nem menos. Romanos 12.3 cabe bem aqui. Sem se diminuir sem se exaltar.


Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Apostasia - II Timóteo 3:1-7


“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.” (2 Timóteo 3:1-7)

Hoje em dia, mesmo nos países onde o evangelho não é motivo de perseguição, é possível afirmarmos seguramente que nunca foi tão difícil servir a Deus. Mesmo o evangelho tendo se difundido e alcançado lugares outrora isolados do conhecimento cristão, vivemos num tempo onde os ataques à igreja deixaram de ser exclusivamente provenientes do mundo exterior. Muitas das maiores dificuldades enfrentadas pela igreja do nosso tempo têm brotado dentro dela. Como a igreja de Laodicéia (Apocalipse 3:18), muitas igrejas brasileiras que perderam suas vestes de pureza, vem sendo expostas à vergonha nos meios de comunicação, com seus líderes presos, envolvidos em crimes de lavagem de dinheiro, extorsão e diversos outros. A igreja de Cristo nunca foi tão desrespeitada moralmente como na atualidade. Muito diferente dos tempos de nossos pais e avós, onde os cristãos eram reconhecidos de longe, como homens íntegros e honestos, hoje a maioria dos líderes cristãos não tem se importado com os seus testemunhos de vida.

Se isso não bastasse, o mundo também nunca apresentou tantos impecilhos para se servir à Deus como agora. Feiras, parques e shoppings são alguns dos exemplos de programas tem se tornado, para muitos, mais atrativos do que passar as horas do domingo na presença de Deus. A maioria dos cristãos é incapaz de reservar um único dia na igreja ou em atividades evangelísticas. Para muitos, falar em jejuns e vigílias chega a soar como fanatismo. Vivemos num tempo onde tudo é relativizado, negociado, passível de se dar um jeito. Damos um jeito de sermos aprovados na escola ou faculdade, um jeitinho no trabalho para ganharmos um pouco mais e achamos que é possível também dar um jeitinho para servir à Deus da nossa maneira, como se isso fosse possível. Se aparece algum programa com amigos no domingo, nem pensamos duas vezes antes de faltarmos o culto, afinal “Deus entende”. Para muitos, a igreja virou um mero local de entretenimento. Deixa então de ser prioridade envolver-se nos trabalhos e achamos suficiente ficar sentados nos bancos, conferindo minuto a minuto o horário no relógio o tempo para acabar o culto. E assim, achamos que estamos servindo a Deus e fazendo Sua vontade.

Há ainda um outro problema que confunde muita gente: a diversidade de crenças e doutrinas nas igrejas. Se fôssemos contar a quantidade de diferentes denominações de igrejas espalhada pelo Brasil, chegaríamos a vários milhares. Muitas se orgulham quanto mais afastam ou diferem em sua doutrina da de outras igrejas. Há igrejas onde mulher pode pregar, outras não. Igrejas onde a mulher pode cortar o cabelo, outras não. Igrejas em células, outras não. Igreja que se divide em grupos de 12, outras não. Igrejas que pregam somente a Bíblia, outras que criam suas próprias tradições. Enfim, a diversidade de práticas e de prioridades que cada igreja dá em seus cultos, faz com que as igrejas “construam” um verdadeiro mercado, fazendo da fé um verdadeiro negócio (2 Pedro 2:3). Ganha o “leilão da fé” e aumenta mais o número de seus fiéis aquela igreja que oferecer o que o “cliente” quer, a que defender as doutrinas que ele achar mais interessante ou que pregar o que ele quer ouvir. Nesse “mercado”, a igreja como um todo perde a credibilidade, pois o apóstolo Paulo recomendou que as igrejas pregassem a mesma coisa, não evangelhos segmentados ou adaptados (1 Coríntios 1:10).

As próprias igrejas fazem uso muitas vezes de métodos de evangelismo de eficácia cada vez mais duvidosa. Promovem shows, festas temáticas – a exemplo das festas seculares – investem em publicidade e em um novo tipo de entretenimento: o “entretenimento gospel”. Dizem que tudo no mundo é errado, proibido. Mas as mesmas coisas que os líderes combatem, eles mesmos procuram “cristianizar”. Freqüentar uma festa trance ou uma boite são condenáveis, mas se permite freqüentar esses mesmos lugares se eles forem, pelo menos no nome, gospel. Com a desculpa de atrair os que estão no mundo, muitos líderes cristãos promovem a “cristianização” de eventos seculares mas ao mesmo tempo promovendo tais eventos do mesmo jeito e com o mesmo ritmo de música usado no mundo, o que não diferencia um do outro (1 Tessalonicenses 5:22). Tudo isso ao final só traz confusão à cabeça daqueles que ainda não amadureceram no conhecimento do evangelho, o que gera cristãos mornos, sem compromisso, que seguem apenas movimentos, e que acabam deixando precocemente à igreja, por não verem algo de atrativo nas práticas da igreja, que a faça realmente parecer diferente do mundo (João 17:14).

Além disso, crescem os ataques do mundo ao evangelho de Cristo. Não é muito difícil você encontrar algum estudioso, filósofo, ou mesmo um filme ou um documentário que diga que o cristianismo é uma farsa, uma enganação, que Jesus Cristo é um mito, que religiões foram todas criadas para manipular as pessoas, que a justiça de Deus não existe e absurdos do gênero. É grande também a quantidade de pessoas que deixam de seguir o evangelho por buscarem uma adequação filosófica e científica na religião, ao invés de buscar o amor da verdade (2 Tessalonicenses 2:10).

O que aumenta ainda mais o descrédito das pessoas com o cristianismo é a crescente presença de evangélicos nos cargos políticos. Muitos se elegem contando exclusivamente com os votos de uma grande igreja, um novo tipo de “curral eleitoral”, quando líderes manipulam os votos de seus fiéis a candidatos que se comprometam a defender os direitos de sua denominação. Além de se criar um verdadeiro oxímoro com a Bíblia – cristãos se envolvendo com os negócios da corrupta política desse mundo (2 Timóteo 2:4) –, ou ainda, se dizendo pastores e ao mesmo tempo governantes (cometendo o mesmo erro de Saul), facilita também a desmoralização da igreja, já que a imprensa tem o trabalho de identificar quem são os políticos que se declaram evangélicos e a denominação a qual eles pertencem. E quando algum destes, inocente ou culpado, está direta ou indiretamente envolvido em alguma espécie de corrupção, eles são apontados e “rotulados” por sua religião, como se sua opção religiosa fosse mais importante na notícia do que seu próprio nome.

Some-se a isso a política do crescimento a todo custo das igrejas, presente em muitas igrejas. Muitas igrejas deixaram de perseguir objetivos espirituais para seguir tão somente objetivos numéricos. Querem “ganhar” um número X de novos fiéis, mas não se preocupam na consolidação deste, preferindo investir seu tempo em conquistar novos fiéis, o que gera um verdadeiro círculo de pessoas entrando na igreja dia após dia e outro sem número de pessoas saindo da igreja e voltando para as velhas práticas do mesmo jeito de antes, como se estivesse estado na igreja apenas de passagem, sem saber o porquê de ter estado ali. Além disso, a orientação à propósitos numéricos e a pouca preocupação com o ensino e edificação do corpo acabam gerando cristãos doentes, pobres em conhecimento, que muitas vezes nem sabem o que estão seguindo. É comum encontrarmos alguém que se diz cristão, que diz que isso ou aquilo é do diabo, que o que eles estão falando é a verdade, mas não sabem argumentar biblicamente o que eles dizem e seguem, sendo meros reprodutores das palavras que ouvem dos pregadores. Muitos são tão ignorantes em princípios básicos de fé quanto os que estão fora da igreja.

Uma das grandes causas desses fenômenos que tem acontecido na igreja tem sido também a mudança de prioridades. Em muitas igrejas, a pregação da sã doutrina foi suplantada há muito pela Teologia da Prosperidade. Milhões de cristãos cuja motivação ao irem para a igreja é usufruir de um Deus de bênçãos, que pode lhe fazer ser bem sucedido financeiro, como se o propósito de Deus para todos os seus filhos fosse esse. Essa troca de ensinos só tem cooperado para o enfraquecimento dos cristãos da igreja, que pouco amam a Deus e pouco trabalham na obra, pois o foco agora é ser próspero, numa noção arcaica e ultrapassada de que ser cristão e rico fosse um sinal de ser um “escolhido” e salvo por Deus. Esse mesmo tipo de pregação tem gerado crise nas chamadas práticas de “bom samaritano”, dentro da igreja. Os próprios cristãos, numa contradição existencial, passaram também a ser “amantes de si mesmos, avarentos, [..] sem amor para com os bons, [...] tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.” Pouco são os que estão na igreja e tem iniciativa em ajudar um irmão necessitado. Nesse tipo cristianismo individualista que contaminou a muitos, fica difícil associar muitas igrejas de hoje à igreja primitiva, pois no nosso tempo, muitos se enganam ao achar que devem somente agradar a Deus, e que isso é possível sem servir o próximo (Romanos 15:2).

Em face disso, não restam dúvidas que o tempo da apostasia já está instalado em nosso tempo e o pecado tem tomado conta inclusive de muitas igrejas. E é por essas e outras que eu tenho absoluta certeza de que estamos muito perto do tempo em que Deus virá julgar este mundo e aqueles que dizem ser parte do Seu povo.

“Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Apocalipse 3:18-20)



Por Nilson Júnior



terça-feira, 23 de agosto de 2011

O Domínio próprio - Gl 5:16-25


1. INTRODUÇÃO

A vida cristã é aquela vivida no Espírito Santo. Na verdade, a vida cristã só é possível no Espírito. Fora dEle, nossa vida é como a de qualquer pessoa.
Entre as virtudes cristãs, elencadas pelo apóstolo Paulo, está a do domínio próprio. Quando relaciona as qualidades de um cristão, Paulo inclui o domínio próprio (Tito 1:8), junto com hospitalidade, benignidade, sobriedade, justiça e piedade. O apóstolo Pedro segue na mesma trilha, colocando como uma das virtudes a ser buscada pelo cristão, ao lado do conhecimento, da perseverança e da piedade. (2Pedro 1.6)
Esta é uma palavra bastante problemática para nossa geração, acostumada à idéia de que a felicidade decorre do desprezo à idéia de disciplina e auto-controle. Colocando esta escolha em outros termos, podemos dizer que, para boa parte das pessoas, se a escolha for entre felicidade e auto-controle, talvez ouçamos alguém se dizer cansado de auto-controle e que agora pretende viver a vida com toda a sua adrenalina. Prevalece a idéia que autocontrole e alegria são incompatíveis
No entanto, a Bíblia nos adverte a não permitir que o pecado tenha domínio sobre nós (Romanos 6.14), já que não estamos mais debaixo da lei, que nos leva a produzir, mas sob a graça, que nos deve levar a frutificar, além do domínio próprio, em alegria, amor, benignidade, bondade, fidelidade, longanimidade, mansidão e paz.

2. O SENTIDO DO DOMÍNIO PRÓPRIO.
O apóstolo dava muita importância ao termo ((egkrateia), uma vez que o usa várias vezes. Em 1 Coríntios 9.25, trata-se da virtude de um atleta em disciplinar seu corpo em busca da vitória; em 1 Coríntios 7.9, trata-se da capacidade do cristão em controlar sua sexualidade.
É curioso que, quando comparece perante o procurador romano Antonio Felix, que governou a Judéia de 52 a 60, o acusado apóstolo se defende falando de justiça, de juízo final e de domínio próprio, para irritação do representante de Nero. (Atos 24:25)
A expressão "domínio próprio" aparece sob diferentes palavras nas versões bíblicas, tendo então como sinônimos principais auto-controle e temperança. Não tem nada a ver, portanto, com endereço particular na internet...
Podemos entender melhor o que é domínio próprio pensando no seu oposto. Quem tem domínio próprio se autodomina. Quem não tem é dominado por algo ou por alguém. Quem tem domínio não permite que sentimentos e desejos o controlem; antes, controla-os, não se permitindo dominar por atitudes, costumes e paixões.
Domínio próprio, portanto, é a capacidade de efetiva que o cristão deve ter de controlar seu corpo e sua mente. Quando fez o homem, Deus deu-lhe o privilégio de dominar sobre todas as coisas: também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. (Gênesis 1.26)
O salmista relembra esta competência humana, ao dizer que Deus deu ao homem domínio sobre todas as obras das suas mãos e dos seus pés (Salmo 8.6)
Esta competência, no entanto, nem sempre se realiza quando se trata de homem dominar a si mesmo. Embora possa estar em nós desejar fazer o bem, nem sempre o fazemos. Afinal, como aprendemos também com Paulo, na nossa carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em cada um de nós; não, porém, o efetuá-lo, porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. (Romanos 7.18-19) Por isso, parecemos, por vezes, em cidades derrubadas, pois que cidade que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio. (Provérbios 25:28)
Esta percepção não pode é um convite à passividade, mas um desafio a nos conhecermos mais e a nos esforçarmos mais para viver segundo o padrão de Deus, por difícil que seja.

3. DESENVOLVENDO O AUTOCONTROLE
Antes, somos convidados a ter domínio sobre nossos sentimentos, sobre nossos desejos e sobre as circunstâncias que nos envolvem.

1. Dominando nossos sentimentos
Somos movidos pelos nossos sentimentos. Se, por exemplo, amamos, a Deus, ao próximo ou a nós mesmos, somos levados a querer bem, adorando a Deus, respeitando o outro e gostando de nós mesmos. Se, doutro lado, em nós o ódio é forte, seja a Deus pela figura do pai que representa, seja ao próximo, por ser a fonte de nosso sofrimento (o inferno são os outros, já dizia Sartre), seja a nós mesmos, pela incapacidade ser o que gostaríamos de ser, somos levados ao vale do vazio.
Ter domínio próprio é fazer com que os sentimentos bons sejam fortalecidos e canalizados para que possam ser aperfeiçoados. Assim, o amor deve alcançar o seu objeto. Desde Platão, existe uma modalidade de amor silencioso. Há homens que amam mulheres que jamais retribuirão o seu amor pelo simples fato de não saberem que sem amadas. Há, pois, um amor erótico platônico. Há também um amor fraternal platônico, que é aquele que nunca passa ao campo da ação. Há ainda um amor espiritual platônico. Há gente que só Deus, que sonda os corações, sabe que é amado por ela, porque dos lábios desse tipo de adorador não sai um cântico, não sai uma palavra de gratidão ou de exaltação a Deus.
Quando temos domínio sobre o sentimento do amor, fazemos com que ele se torne operativo.
Quando ao ódio, bem, simplesmente não devemos odiar e poderíamos encerrar a discussão aqui. No entanto, somos também capazes de odiar; este é um gigante da alma, como o descreveu um antigo psicólogo (Emílio Mira y Lopez). Se o Espírito Santo habita em nosso coração, ele não pode conviver com o ódio. Contudo, sabemos que, embora não o desejando, nós odiamos.
Por isto, a recomendação bíblica é que, mesmo nos irando, não devemos pecar e nem permitir que o sol se ponha sobre a nossa raiva. Antes, consultemos nosso travesseiro e sosseguemos (Salmo 4.4). Em outras palavras, o ódio não pode ser um sentimento permanente em nós, para que não nos destrua.
O ódio é, portanto, um sentimento a ser controlado ou ele nos dominará e nos levará a fazer o que não queremos.
A ambição é um sentimento que também deve ser controlado. Não devemos ser acomodados; antes, devemos querer o máximo para nós. A ambição destrói quando não vê métodos e se baseia na comparação com o que os outros são ou alcançaram. Controle a sua ambição e ela não controlará você.
A vaidade é um sentimento que também deve ser controlado. Não devemos nos achar que nada valemos e que os outros são melhores ou fazem as coisas melhores que nós. Nem sempre... A vaidade mata quando nos leva a nos achar onipotentes e oniscientes, acima da média humana. Controle a sua vaidade e ela não controlará.

2. Dominando nossos desejos
Se os nossos sentimentos nos definem, nossos desejos nos constituem. Nós somos aquilo que desejamos. Como ensinou Jesus, onde estiver o nosso tesouro, isto é, os nossos desejos, aí estará também o nosso coração. (Mateus 6:21)
Desejamos coisas legítimas e coisas ilegítimas. Nem todos os nossos desejos são pecaminosos. Sejam quais forem, no entanto, se eles nos controlarem, passam a ser pecaminosos. Comer chocolate não é pecado. Se no entanto, não posso comê-lo e não consigo não comê-lo, comê-lo é pecado. Ver televisão não é pecado. Se, no entanto, eu deixo de fazer o que preciso fazer (seja ler, trabalhar, conversar) para ficar diante dela, ela me controlou.
Desejamos coisas realmente necessárias e coisas suavemente impostas. Já não sabemos a diferença em coisas básicas e coisas supérfluas. De qualquer modo, no entanto, podemos dizer que grande parte de nossas necessidades simplesmente não existe. É parte da máquina do mundo, que nos torna primeiramente consumidores e depois cidadãos (se é que chamos a sê-los).
A maior desgraça do desejo é quando ele se converte em vício. Nada mais blasfemo do que um cristão viciado. Há cristãos viciados em falar da vida alheia; até reunião de oração se transforma em espaço privilegiado para a fofoca. São cristãos que não refreiam as suas línguas. Há cristãos viciados em guardar dinheiro; eles guardam sempre e de modo tão doentio que nunca usufruem dele. São cristãos que não refreiam sua cobiça. Há cristãos viciados em mentir; dizem a Deus que O estão adorando, mas estão apenas buscando uma bençãozinha; dizem que têm apreço por seu irmão, sendo até capazes de abençoa-los da boca para fora, mas não têm a menor disposição de ajudá-lo a carregar as suas cargas. São cristãos escravos da aparência.
Ter domínio próprio é controlar os próprios vícios, não os vícios dos outros, que este já é um outro vício...

3. Dominando-nos diante das circunstâncias
Além dos sentimentos e desejos, que nós podemos controlar, em grau maior ou menor, há as circunstâncias, aquelas situações que não criamos, mas que nos atingem.
Quando nos enredam, elas provocam desânimo. Diante delas, podemos perder o auto-controle, partindo para reações inadequadas, seja de desespero, seja com violência. Nossa reação mostra que, na verdade, estamos sendo controlados por elas.
Podemos ser menores que as circunstâncias, mas Deus é maior do que elas. Embora seja difícil, é assim que devemos crer. Autocontrole é manter a esperança no Senhor da vida.
Precisamos também aprender a lidar com as circunstâncias. Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, mesmo sacrificialmente, para mudar aquelas que nós podemos transformar. Diante daquelas que não podemos alterar, temos que aprender a conviver com elas, mesmo sob pretexto, para que não nos dominem. Adaptar-se não é aceitar conformisticamente as adversidades, mas saber que elas existem, mudá-las logo, mudá-las quando for possível e viver apesar delas.
Devemos ter sempre em mente o conselho do pregador: Não há nenhum homem que tenha domínio sobre o vento para o reter; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morte; nem há tréguas nesta peleja; nem tampouco a perversidade livrará aquele que a ela se entrega. (Eclesiastes 8:8)

4. PARA TER AUTOCONTROLE
Há certas ocasiões que, antes de perceber o que está fazendo, você perde o controle, e passa ser vítima do seu descontrole, velada ou violentamente. Os resultados são prostituição, impureza, lascívia, que nos sobrevêm quando perdemos o controle sobre a paixão e nos deixamos levar por ela; idolatria e feitiçarias, quando desesperamos diante das circunstâncias e buscamos bênçãos de todo tipo; inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções e invejas, que nos dominam quando damos lugar aos desejos de superação do outro; bebedices e glutonarias, quando nos deixamos escravizar pelo desejo do nosso ventre. (Gálatas 5.19-20)
O fruto do Espírito, no entanto, é o auto-controle.
1. Conheça-se e use o conhecimento a seu respeito a seu próprio favor. Tendemos a não perceber como somos, mas devemos nos esforçar para tal. Se você, no trânsito, é um pé de chumbo, vigie seu comportamento, para que controle o seu ímpeto de sair em disparada. A velocidade não é mais importante que você. Se você se ira com facilidade, evite as situações que a provocam a sua raiva. Desenvolva métodos para que a irritação fique em níveis aceitáveis. Use o que você sabe a seu próprio respeito para se dominar melhor.
2. Aprenda a tomar atitudes diferentes das que toma hoje. Faça com que seus sentimentos e desejos não redundem sempre nos mesmos atos. Você nasceu assim, mas não precisa morrer assim. Abra-se para o diferente. Faça o que nunca fez antes.
3. Valorize a disciplina. Quando Jesus disse que, se o nosso olho nos levar ao escândalo, devemos arrancá-lo, ele estava lembrando que precisamos subjugar o nosso corpo, quando este nos subjuga. Ponha objetivos na vida e se empenhe para alcançá-los. O autocontrole é o resultado da disciplina e do esforço próprio.
4. Deixe-se conduzir pelo Espírito de Deus. O domínio próprio é um esforço de quem vive pelo Espírito. Os homens em geral não pensam em disciplina, mas os cristãos nos esforçamos para viver de modo organizado, coordenado e harmônico. Neste ministério, o Espírito Santo quer nos apoiar, para nos conduzir. Deixe-se dirigir pelo Espírito. O domínio próprio só é possível por meio de Sua ação em nós.

5. CONCLUSÃO
O domínio próprio a que estamos nos referindo aqui não se trata de um auto-controle que nos faz doentes, aquele falso, aquele apenas de aparência, mas aquele resultante de desejo profundo.
Por isto, evite começar a fazer aquilo que o controla. Se você perde o controle da sua língua, quando o assunto é a vida alheia ou quando a conversa descamba para assuntos pouco edificantes, não entre na conversa. Recuse participar desde o princípio.
Se já começou, deixando-se dominar por sentimentos, desejos e atitudes, procure parar. O Espírito Santo o ajudará, se houver arrependimento no seu coração.
Afinal, a vida cristã é aquela vivida no Espírito Santo. Na verdade, a vida cristã só é possível no Espírito. Fora dEle, nossa vida é como a de qualquer pessoa.


Por Israel Belo de Azevedo

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Daniel de Souza - Eterna Aliança


A Igreja de Laodicéia


Encontro-me ás vezes nas igrejas nos dias de hoje, e olho para elas e todas suas adaptações no que se refere à infra-estrutura. Muito se gasta em prédio, aconchego e beleza do templo. Porém, não é só isso que vejo acontecer, mas, também, olho para a realidade espiritual e encontro miserabilidade nas vidas em suas tentativas em buscar a Deus. Vejo as pessoas em não se preocuparem com suas vidas de santidade. E os cultos estão cada vez mais mortos.

Com tudo isso que acontece, eu paro para refletir sobre a situação da igreja de hoje em correlação com a igreja de Laodicéia. Acredito que das sete igrejas do Apocalipse, as quais foram cartas enviadas, a mais contemporânea é a igreja de Laodicéia. De todas essas, a igreja de Laodicéia é a que mais se aproxima de nossa realidade. Uma igreja que abandonou Jesus, o Cristo como centro da doutrina e da prática de vida, uma igreja que viveu a apostasia e se enquadrou no ambiente que vivia.
Sendo assim, em ver essa proximidade de nossas igrejas nos dias de hoje e a igreja de Laodicéia, resolvi fazer um artigo sobre ela.

PANO DE FUNDO DE LAODICÉIA:
É importante conhecermos como era a cidade de Laodicéia antes de entendermos o texto, pois o texto usa alguns detalhes que traz a luz dos fatos que ocorriam em Laodicéia.

É bom deixar relatado que havia três cidades com o nome de “Laodicéia” na antiguidade, e não podemos confundi-las, a saber: 1º Laodicéia ad Maré, que hoje é a atual Lataquia, a qual é o principal porto do mar da Síria; 2º Laodicéia Combusta, que é hoje a atual Ladique na Turquia; e 3º A Laodicéia do Lico (veremos a seguir porque tinha esse nome) que é a do Novo Testamento, a qual estará em analise, pois é a única que tem interesse bíblico. Veremos seus aspectos geográfico, econômico e histórico.

Aspecto geográfico:
Essa cidade era conhecida como Laodicéia ad Lycum, que nos dias atuais é a Pamucale, um lugar desértico. Ficava perto da cidade de Denizli, que nos dias atuais é a Turquia ocidental. Laodicéia encontrava-se cerca de 60 km a sudeste da Filadélfia, a 10 km ao sul de Hierápolis e a 16 km a oeste de Colossos; se localizava junto ao rio Lico e no fértil Vale do Licos, por essa razão tinha o nome de “Laodicéia do Lico”. E junto com Hierápoles e Colossos se formava uma totalidade, se tornando um grande eixo político-judicial do continente.

Outro ponto da sua localização era bom para o seu desenvolvimento e crescimento próspero, que era em um cruzamento de estradas consideradas importantes na Ásia Menor, a saber: 1º Estrada que ia para os portos de Mileto e Éfeso, cerca de 160 km; 2º A mesma estrada para o oriente levava ao Planalto central, e de lá para Síria; e 3º Existia outra estrada que conduzia para o Norte, que ia para a principal capital que era Pérgamo, e, também, para o Sul até as costas de Ataléia.

Ela era agrupada em uma área de 25 cinco aldeias no máximo, sendo-a cidade-mãe nesta autêntica metrópole, como mostra a arqueologia. Não só isso que arqueologia descobriu, mas, também, relata que nela havia uma pista de corrida e três teatros (um deles tem 136 metros de diâmetro). Muitas outras ruínas e itens foram descobertos que confirmam a sua riqueza.

Aspecto Econômico:
Precedendo está parte foi mostrado o seu aspecto geográfico, pois como já dito à cima a sua localização contribuía para seu crescimento financeiro e desenvolvimento. As estradas que foram relatadas fizeram com que a cidade se tornasse um grande centro bancário e comercial. De todos os lugares vinham homens de negócio para buscar financiamento para seus projetos e empreendimentos, pois possuía bancos.

Indústrias foram implantadas nela, dois tipos de indústria se destacavam. Havia a indústria de lã que fabricava roupas e tapetes de cor preta que ditava a moda, e a de medicina que era especializada em oftalmologia, que era feito pelo pó da Frigia, porém, não era conhecida como uma indústria, mas, sim, como uma escola de medicina. Também, por haver fontes minerais térmicas a tornava um centro terapêutico.

Depois dos tempos bíblicos sua prosperidade aumentou, e até antes desses tempos, na época dos primeiros imperadores romanos, ela já era famosa por sua importância e riqueza. Sua riqueza era tão grande que nos anos 60 D.C, ela foi vitima de um terremoto que quase a destruiu completamente (era uma cidade sujeita a constantes terremotos). Com sua própria riqueza ela se reconstruiu, evitando e renegando a ajuda do governo romano. E não somente para ela, mas, também, contribuiu para o levantamento de algumas cidades adjacentes que também foram atingidas pelo terremoto.

Aspecto Histórico:
A cidade de Laodicéia foi fundada no século III A.C. Ela foi ampliada por Selêucida Antíoco II, e seu nome foi trocada em homenagem a sua mulher “Laodice”, pois antes a cidade se chamava “Diosópolis”, a cidade de Zeus. Só para deixar de passagem o nome “Laodicéia” significa “Justiça do Povo” que é da palavra grega “laodikeiai”, denotando talvez um governo democrático, ou também, pode ser algum juiz do povo. No entanto, quando nós desfragmentamos a palavra dá a idéia: “os costumes dos leigos ou as opiniões do povo comum.”1. Pois, “laos” significa povo em comum/leigos e “dicéia” significa costumes/opiniões do povo. Com isso define a tal idéia:

“Esta Igreja que queria ganhar o mundo veio a tornar-se mundana e cheia de idéias e opiniões humanas. Todos opinavam e decidiam o que seria espiritual para a Igreja. Entretanto, nem sempre a voz do povo é a voz de Deus - a Igreja virou um caos.” 2

No século IV D.C, essa cidade era a sede episcopal da Frigia. Contudo, ela foi destruída pelas sangrentas guerras travadas pelos islamitas da idade média. Há ruínas chamadas de “Eski Hissar”, palavra Turca que significa “Castelo Antigo”.
Falando agora da historicidade Cristã na cidade, sabemos que Paulo esteve lá em sua terceira viagem missionária e provavelmente foi ele que deu origem à igreja dessa cidade, pela pregação da palavra. Conforme ensina Cl 4.13-16, sabemos que Paulo tem grande zelo pela igreja de Laodicéia e que ele escreveu uma epístola para aquela igreja. Há os que palpitem que a epístola escrita para igreja de Laodicéia seja a epístola aos Efésios, no entanto, isso não passa de conjectura.

O TEXTO (Ap 3. 14 – 22):

O Remetente (VS/14b): Nós sabemos que quem enviou essa carta para a igreja de Laodicéia e a escreveu foi João, o mesmo autor de Apocalipse. Todavia, ele escrevera essa carta, mas não foi ele que elaborou o conteúdo da mesma, pois quem elaborou seu conteúdo foi o próprio Jesus. Mas, como sabemos que foi ele? Pela forma que o VS/14b mostra. Podemos dizer que isto é um circunlóquio de Jesus, para entendermos melhor veremos cada item:

Ø O Amém: Em Is 65.16 aparece falando sobre o Deus da verdade. A palavra no grego para “verdade” e para “amém” é a mesma: “amém”, que é a palavra que aparece no texto. Ou seja, esse “amém” seria uma tipificação do “Deus da verdade” conforme aparece em Isaias, porém, aqui indica a Jesus, o Cristo, que também é o “Deus da Verdade”. Desta forma implica que as palavras de Jesus são verazes e sinceras, assim como o próprio Jesus é.

Ø Testemunha fiel e verdadeira: Próprio João escrevera que Jesus é fiel testemunha (1.5). E o próprio Cristo se apresenta como Verdadeiro à igreja de Filadélfia (3.7). Aqui há um contraste com a lamentável condição que a igreja de Laodicéia estava vivendo, enquanto Jesus era uma testemunha fiel e verdadeira, a igreja de Laodicéia não testemunhava verdadeiramente e fielmente. Jesus nunca escondeu e nem esconderá a verdade, ele não acrescentará nada do que vê, e, também, não esconderá nada.

Ø O principio da criação de Deus: Não podemos partir para as heresias como faz as Testemunhas de Jeová, que dizem que Jesus é um ser criado e foi o primeiro a ser criado por Deus. Esse texto não sustenta tal teologia. Aqui se refere a Jesus como base de toda Criação de Deus, podemos confirmar isso através dos textos (Jo 1.1-3; Cl 1.15-17). Portanto, essa passagem deve ser interpretada a luz dessas outras passagens. È interessante salientar de que em Ap 21.6, aparece falando que Jesus é o “principio”. Essa palavra no grego é “arché”, de onde vem a palavra “arquiteto”, ou seja, Jesus é o arquiteto da criação de Deus.

As reprovações (VS/15-17): Talvez nesse momento em que a carta estava começando a ser lida para igreja, houve uma expectativa de elogios que viriam, por causa da sua tamanha riqueza. Entretanto, nenhum elogio foi direcionado a essa igreja, mas, sim, reprovações. No VS/15 e 16 vemos que ela era uma igreja morna. Por que será que foi usada essa terminologia? Uns dos problemas que havia em Laodicéia, e considerado o maior, era sua escassez de água. Ela tinha um arqueduto de 6 ou 7 milhas construído, para trazer águas de fora para o suprimento da cidade. Vinham de Colossos águas frias e de Hierápoles vinham águas quentes, boas para tratamentos e cura de muitas doenças. Porém, quando as águas de Hierápoles chegavam à cidade, elas não estavam mais quentes, mas estavam mornas. Desta forma os cidadãos da cidade sabiam o quão era desagradável isso. Quando na carta foi usada essa analogia dá mornidão, o público que estava escutando a leitura sabia o quão desagradável eles estavam sendo para Deus. Não eram nem frios, uma analogia de alguém que espiritualmente está em uma situação de indiferença as coisas de Deus; e não eram quente, uma analogia de alguém que vibra nas coisas de Deus. Mas eram mornos, uma analogia para alguém que desagrada a Deus, pois se diz Cristão e ativo na igreja, mas não busca a Deus como deveria, e nem vive uma vida Cristã como deveria, porém, se envolve no meio do mundo e de suas vontades se adaptando ao ambiente em que vive, da mesma forma que as águas se adaptavam ao ambiente de Laodicéia.

Continuando essa parte vemos que no VS/17, eles achavam que estavam enriquecidos e de nada sentiam falta, só porque viviam no meio da riqueza e do bem-estar. Refletia na vida deles o comportamento da comunidade em que viviam. Desta forma mostrava o orgulho desta igreja, acredito que umas das coisas mais repugnantes aos olhos de Deus seja a questão do orgulho, o mesmo que levou Lúcifer a se rebelar contra Deus. Sentiam-se auto-satisfação e orgulho pela vida que levavam. Todavia, não era isso que Jesus achava deles. A mentalidade de Jesus sobre essa igreja era totalmente diferente do que eles achavam. Para Jesus eles eram desgraçados, ou seja, aqueles que não conheciam, não viviam, não experimentavam da maravilhosa graça de Deus e assim eram infelizes, o oposto do que pensavam que eram. Eles também foram chamados de miseráveis, ou seja, eram dignos de compaixão, pois em sua vivência não havia abundância, mas, sim, miserabilidade.

Essas próximas três criticas em que tiveram é um contraponto com a vida que eles pensavam que tinham. Pensavam que eram ricos e cheios de riqueza por causa do ambiente em que viviam e de seus bancos, contudo, eram pobres, não tinham a riqueza que precisavam. Orgulhavam-se, pois tinham a escola de medicina com especialidade em oftalmologia, fabricando remédios pelos pós da frigia, no entanto, a verdade é que eles estavam cegos diante as coisas espirituais, ou seja, fabricavam remédios para curar os outros, mas eles mesmos não se tratavam. E por último, se destacavam em sua indústria de roupas, produzindo vestimentas para os outros, todavia, eles mesmos não se vestiam, viviam numa nudez espiritual sem se preocuparem em se vestir com a verdadeira veste que precisavam.

E agora, após terem ouvido tudo isso, como será que podiam adquirir tudo isso que pensavam que tinham? Como podem se tornar ricos? Como podem enxergar? Como podem se cobrir? Já que têm todas essas qualidades na cidade, mas continuam vivendo ao contrário do que deveriam. Bem, na continuação do texto vemos a solução.

O conselho (VS/18-19): Já que todos os atributos que Laodicéia tinha, foi provado que espiritualmente era um antônimo, Jesus aconselha de como eles podem adquirir esse atributos espirituais. Para que se tornem ricos, eles precisam comprar “ouro provado no fogo”; aqui dá a idéia de ser refinado e purificado pelo fogo esse ouro que devem comprar. Ou seja, desse ouro é retirado toda impureza que pode ter. As impurezas que geralmente tem nas riquezas terrena. Portanto, eles deviam buscar a riqueza sem impureza, em Cristo. No decorrer do texto vemos também que eles são orientados a comprar “vestes brancas”, para que eles pudessem se vestir. As vestes brancas aqui entram em contraste com as lãs pretas que eles fabricavam na cidade. E não só isso, mas, também, reforça o sentido da pureza que eles precisavam adquirir, pois o branco significa pureza, e, também, se refere à justiça dos santos (Ap 19.8b). É uma admoestação para que se entreguem novamente a Cristo para obter a pureza e a justiça dos santos. E terminando o VS/18, a mais uma coisa a qual eles têm que comprar que é o colírio para os seus olhos, tornando-se um paradoxo para uma cidade de medicina oftalmologista. Pensavam que tinham o segredo para cura dos olhos, todavia, não sabiam que suas cegueiras eram piores e que só esse colírio adquirido em Cristo poderia trazer a visão que eles precisavam, a saber, a visão espiritual, e isso após de terem ungido seus olhos com esse colírio. Lembrando que a unção é um ato de separar e consagrar, ou seja, eles deveriam separar e consagrar seus olhos para as coisas espirituais. Muito interessante a definição do evangelho que podemos encontrar aqui, a saber:

“Riqueza divina para nossa pobreza espiritual; veste branca de justiça para nossa pecaminosidade. Visão espiritual para nossa cegueira” 3

Continuando esse texto vemos que Jesus dá mais conselhos. O próximo conselho é “arrepende-te”. No original essa palavra está no aoristo (que é o nosso pretérito), desta forma exigindo uma ação imediata que eles deveriam tomar. Mas antes disso há outro conselho “se, pois, zeloso”, essa frase está no imperativo presente, no original. Ou seja, eles deveriam ter uma constância em seu zelo pelas coisas referentes ao reino.

Precedendo esses dois conselhos últimos conselho, Jesus mostra um ensinamento, a saber: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo”. Quando há um castigo da parte de Deus, deve ser entendido dá mesma forma quando há um castigo da parte de um pai para o filho. Não é por maldade o castigo, mas para correção e principalmente amor, conforme já ensina Hb 12.5-11. O interessante aqui no texto, é que a palavra para amor não é o costumeiro “agapao”, mas, sim, “fphileo”, ou seja, o amor de Jesus por eles não é só o desejo de amar, mas é algo maior e mais intenso. Um amor de sentimentos, afeições e emoções.

A promessa (20-21): Esses dois versículos contêm uma promessa. No entanto, eles precisam tomar a iniciativa para que as promessas se cumpram. Vamos ver as promessas: “entrarei em sua casa, e cearei com ele, e ele comigo” e “ao que vencer lhe concederei que assente comigo no meu trono”. Vamos por parte. Para a primeira promessa se cumpra eles precisavam tomar o proceder de abrir a porta quando Jesus bate. Ele toma a iniciativa de ir ao encontro, e para que possam unir-se com Ele e desfrutar da sua doce comunhão precisam abrir a porta. É interessante esse versículo, pois o assentar a mesa naquela cultura é algo sério, é algo que só os íntimos e chegados poderiam desfrutar. Não é simplesmente o comer, mas é a idéia de íntima comunhão, ou seja, eles iriam desfrutar dessa íntima comunhão com Cristo, a comunhão de solidarizar, de conversar, de ouvir e ser ouvido e de receber encorajamento.

Para segunda promessa, é simples ver o que eles precisam fazer para herdá-la. Precisam tomar a iniciativa de lutar e serem perseverantes em suas lutas, pois a vitória não vem sem perseverança e luta. Essa promessa ecoa a promessa que Jesus fez aos seus apóstolos em Mt 19.28 e Lc 22.29-30. A totalidade da promessa é a mesma, porém a intensidade é diferente.
Quando a primeira promessa no texto fala em uma atitude que acontecerá na hora e futuramente, a segunda só se refere a uma vida futura.

A exortação final: Como foi dito às outras 6 igrejas, para essa não foi diferente: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. Ouvir aqui não é só escutar as palavras, mas, também, é obedecer e procurar mudar o seus procederes errôneos, os quais têm vivido.

CONCLUSÃO:
Essa igreja não incorporava nenhum bem que havia nas outras. Não tinha o calor espiritual de Éfesos, não tinha o temor de Esmirna, não tinha a fidelidade ao nome de Cristo e a fé de Pérgamo, não tinha a fé e as obras de Tiatira, não tinha um remanescente imaculado de Sardes e não tinha a observância da palavra de Deus e os labores de Filadélfia. 4
Pelo ao contrário, essa igreja só apresentava males diante de Deus. Uma igreja que não procurava bem estar espiritual, mas só físico. Infelizmente essa era sua realidade, uma realidade que vemos mais uma vez repetir nos dias de hoje.

Através dessa carta, acredito que as igrejas de hoje deveriam parar para refletir sobre suas vidas e ver se têm se relacionado com a igreja de Laodicéia, com tais perguntas: Onde estão minhas fontes de riqueza? Como tem sido nossa vida de santidade? Será que estamos agradando a Deus em nossa forma de ser igreja? Qual tem sido o valor de nossas vidas espirituais? Quando lemos a carta aos laodicenses vemos alguma proximidade com nossa igreja?


Por Maurício Montagnero

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Nasci pra vencer - Min. Além do véu


Homilética - a arte de preparar e pregar sermões


DEFINIÇÃO DO TERMO

O termo Homilética é derivado do Grego "HOMILOS" o que significa, multidão assembléia do povo, derivando assim outro termo, "HOMILIA" ou pequeno discurso do verbo "OMILEU" conversar.
O termo Grego "HOMILIA" significa um discurso com a finalidade de Convencer e agradar. Portanto, Homilética significa "A arte de pregar".
A arte de falar em público nasceu na Grécia antiga com o nome de Retórica. O cristianismo passou a usar esta arte como meio da pregação, que no século 17 passou a ser chamada de Homilética.
Vejamos algumas definições que envolve essa matéria:

Discurso - Conjunto de frases ordenada faladas em público.
Homilética - É a ciência ou a arte de elaborar e expor o sermão.
Oratória - Arte de falar ao público.
Pregação - Ato de pregar, sermão, ato de anunciar uma notícia.
Retórica - Conjunto de regras relativas a eloquência; arte de falar bem.
Sermão - Discurso cristão falado no púlpito.

FINALIDADE
O estudo da Homilética abrange tudo o que tem a ver com a pregação e apresentação de práticas religiosas: como preparar e apresentar sermões de maneira mais eficaz.

IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA
Sendo a HOMILÉTICA a "Arte de Pregar", deve ser considerada a mais nobre tarefa existente na terra. O próprio Jesus Cristo em Lucas 16 : 16 disse: Ide pregai o evangelho...
Quando a Homilética é observada e aplicada, proporciona-se ao ouvinte uma melhor compreensão do texto.
A observação da Homilética traz orientação ao orador.

A ELOQUÊNCIA
ELOQUÊNCIA é um termo derivado Latim Eloquentia que significa: Elegância no falar, Falar bem, ou seja, garantir o sucesso de sua comunicação, capacidade de convencer. É a soma das qualidades do pregador.
Não é gritaria, pularia ou pancadaria no púlpito. A elocução é o meio mais comum para a comunicação; portanto deve observar o seguinte:

1. Voz - A voz, é o principal aspecto de um discurso.
Audível - Todos possam ouvir.
Entendível - Todos possam entender. Pronunciar claramente as palavras. Leitura incorreta, não observa as pontuações e acentuações.

2. Vocabulário - Quantidade de palavras que conhecemos.
Fácil de falar - comum a todos, de fácil compreensão - saber o significado
Evitar as gírias, Linguagem incorreta, Ilustrações impróprias.

ALGUMAS REGRAS DE ELOQUÊNCIA
- Procurar ler o mais que puder sobre o assunto a ser exposto.
- Conhecimento do publico ouvinte.
- Procurar saber o tipo de reunião e o nível dos ouvintes.
- Seriedade pois o orador não é um animador de platéia.
- Ser objetivo, claro para não causar nos ouvintes o desinteresse.
- Utilizar uma linguagem bíblica.
- Evitar usar o pronome EU e sim o pronome NÓS.

A POSTURA DO ORADOR
É muito importante que o orador saiba como comportar-se em um púlpito ou tribuna. A sua postura pode ajudar ou atrapalhar sua exposição.
A fisionomia é muito importe pois transmite os nossos sentimentos, Vejamos :

- Ficar em posição de nobre atitude.
- Olhar para os ouvintes.
- Não demonstrar rigidez e nervosismo.
- Evitar exageros nos gestos.
- Não demonstrar indisposição.
- Evitar as leituras prolongadas.
- Sempre preocupado com a indumentária. ( Cores, Gravata, Meias )
- Cabelos penteados melhora muito a aparência.
- O assentar também é muito importante.

Lembre-se que existem muitos ouvintes, e estão atentos, esperando receber alguma coisa boa da parte de Deus através de você.

CARACTERÍSTICAS DE UM BOM SERMÃO
O sermão é caracterizado como um bom sermão não pela sua extensão e nem mesmo pelas virtudes do pregador, sejam intelectuais ou morais, mas pelas qualidade do sermão:

1. UNÇÃO
Todo sermão deve ter inspiração divina. Um sermão sem unção, ainda que tenha uma excelente estrutura, não apresentará poder para conversão, consolação e edificação.
Devemos lembrar que ao transmitir um sermão estamos não estamos transmitindo conhecimento humano mas a Palavra de Deus e esta é a única que penetra até a divisão da Alma e Espírito, portanto é fundamental a unção.

2. FIDELIDADE TEXTUAL
Fidelidade textual é importante, visto que os ouvintes estão atentos ao texto de referência ou ao tema escolhido. Há muitos pregadores que tomam um texto como referência e depois esquecem dele.

3. UNIDADE
Todo sermão tem um objetivo a ser alcançado. O seu conteúdo deve convergir para um único alvo.
"Há sermões que são uma colcha de retalho, uma verdadeira miscelânea de assuntos, idéias e ensinos".

4. FINAL
Tudo tem um começo e um final. O Pregador deve ter em mente que o ouvinte está se alimentando espiritualmente.
Um sermão bem terminado será muito produtivo ao ponto de despertar o desejo de querer ouvir mais.

RECOLHENDO MATERIAL
Quase toda pesquisa serve como base para sermões. Todavia, é verdade incontestável que, quanto mais instrução tem uma pessoa, tanto mais condições terá para preparar e apresentar sermões.
Toda pessoa que deseja ocupar-se na obra do Senhor, e especialmente falar diante do público, deve formar paulatinamente uma biblioteca segundo suas capacidades mentais e financeiras.
Os quatro primeiros livros a serem adquiridos e que dever servir como base da sua biblioteca são: Bíblia de estudo; Dicionário bíblico; Concordância; Um comentário bíblico. Depois pode ir adquirindo outros, de acordo com as necessidades.

COMO PREPARAR UM SERMÃO

1. DESCOBRIR O PENSAMENTO CENTRAL
O pensamento central é a mensagem, ou seja, é o Tema. Sempre procurar definir o tema no sentido positivo. Será que existe Deus ? é um tema indesejado pois suscitam mais dúvida do que fé. Como ser curado ? é um tema sugestivo pois fortifica a fé.
Em alguns casos o pregador fala o título (Tema ) da pregação outras vezes não é necessário porém no esboço é aconselhável colocar.
O orador deve ser um homem de Deus e que possui a mensagem de Deus e esta deve ter com fonte as Sagradas Escrituras.

O Título pode ser:

- Imperativo - Quando sugere uma ordem. ( Ide Marcos 16:15 )
- Interrogativo - Quando sugere uma pergunta. (Que farei de Jesus? Mt.27:22)
- Enfático - Quando é reduzido. ( Amor, Fé )

A mensagem pode Ter várias origens :

- Através da leitura da Bíblia. A Bíblia contém argumentos, respostas, exemplos, e ensinamentos para todos os seres humanos.
Cristo usou a Palavra de Deus ( Bíblia ) para combater a Satanás. A Palavra de Deus é a primeira fonte do pregador. Como fonte de inspiração para nossos sermões devemos observar os recursos internos e os externos.
- As literaturas religiosas e não religiosas. Todas as literaturas podem ser fontes de inspiração para o pregador desde que esteja sob a orientação do Espírito Santo.
As fontes podem ser: jornais, revistas etc. Os livros religiosos são boas fontes de inspiração pois constitui também na Palavra de Deus.
- Em uma observação. É uma rica fonte de inspiração, desde que o pregador esteja atento, pois Deus pode transmitir uma mensagem de várias maneiras.
Mateus 6:28 E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; o pregador deve observar : Rios, pedras , árvores, animais, etc.
- Através da oração;
- Na letra de um hino;

- Em obras literárias (religiosa ou não ).

2. PREPARAR A INTRODUÇÃO
É o início da pregação. O ideal é que a introdução seja algo que prenda logo a atenção dos ouvintes, despertando-lhes o interesse para o restante da mensagem.
Pode até começar com uma ilustração, um relato interessante, porém sempre ligado ao tema do sermão.
Um outro recurso muito bom é começar com uma pergunta para o auditório, cuja resposta será dada pelo pregador durante a mensagem. Se for uma pergunta interessante, a atenção do povo esta garantida até o final do sermão.
A introdução produz a primeira impressão aos ouvintes e esta deve ser boa.
Não é aconselhável ultrapassar os cinco minutos.
Nunca ( em hipótese alguma ) dizer que não está preparado ou foi surpreendido.

3. ESCOLHA DO TEXTO
É imprescindível a escolha de um texto que se relacione com o tema do sermão porém adequado. Vejamos o tipo de textos que devemos evitar:
Textos longo Cansam os ouvintes. ( Salmo 119 )
Textos obscuro Causam polêmicas no auditório. ( I Cor. 11:10 Véu)
Textos difíceis Os ouvintes não entendem. ( Ef. 1:3 Predestinação )
Textos duvidosos " E Deus não ouve pecadores" ( João 9:31 )

Texto é importante porque ?
- O texto chama a atenção dos ouvintes.
- O texto desperta o interesse em conhecer a Palavra de Deus.
- O texto ajuda na exposição do sermão.
- O texto facilita ao ouvinte entender o assunto exposto.
Devemos escolher o texto em toda a Bíblia e não somente no Novo Testamento.

4. ESCOLHER O MÉTODO APROPRIADO

De posse do pensamento central e o texto escolhido, deve-se determinar o método a ser utilizado. Existem muitos textos e temas que permitem a escolha de qualquer um dos métodos, porém há temas que não permitem.

CLASSIFICAÇÃO DO SERMÃO
O sermão é classificado por duas formas, a saber : pelo assunto ou pelo método, podendo ser discursivo ou expositivo.

1. Pelo assunto
- Doutrinário. -É aquele que expõe uma doutrina. ( Ensinamento )
- Histórico. -É aquele que narra uma história.
- Ocasional. -É aquele destinados a ocasiões especiais.
- Apologético. -Tem a finalidade de fazer apologia. ( defender )
- Ético. -É quando exalta a conduta e a vida moral e ética.
- Narrativo - Quando narra um fato, um milagre.
- Controvérsia - Tem por finalidade atacar erros e heresias.

2. Pela método

- Topical ou Temático.
É aquele onde a divisão faz-se pelo tema. Todas as divisões devem derivar do tema.
A melhor forma é fazer perguntas ao tema escolhido, tais como: Por que? Como? Quando? O Que? Onde?

- Textual.
São aqueles onde a sua divisão encontra-se no próprio texto. É um método muito bom, pois oferece aos ouvintes a oportunidade de acompanhar, passo a passo a exposição do sermão.

- Expositivo.
Quando os textos são longos. Este pode expor uma história ou uma doutrina. ( Parábola, Milagre, Peregrinação, Pecado)
Em certo sentido todo sermão é expositivo, mas aqui indica a extensão do texto.

DIVISÃO DO SERMÃO
O Sermão deve possuir divisões, que permitem um bom aproveitamento do assunto que vai ser apresentado:

1. Introdução ( Exórdio ) . Tem por finalidade chamar a atenção dos ouvintes para o assunto que vai ser apresentado e também para o pregador.
Tem que ser apropriado e deve estar relacionado com o tema, mas cuidado para não antecipar o sermão.
Neste momento o pregador vai se familiarizar com o auditório, cuidado especial teve ser tomado quanto ao entusiasmo, pois o povo pode ainda estar frio.
Deve ser breve, é muito importante pois é a primeira impressão produzida nos ouvintes. Pode conter : o anúncio do tema, texto a ser lido.

2. Texto. É trecho lido pelo orador, podendo ser um capítulo, uma história, uma frase ou até mesmo uma palavra.
Quando o texto é bem escolhido o pregador desperta nos ouvintes o desejo de conhecer mais a Palavra de Deus. Não devemos escolher textos proferidos por homens ímpios ou por Satanás. Escolha textos que tragam estímulo, lição etc. Evite textos que provoquem repugnância, gracejos ou que descrevem cenas da vida sexual.

3. O corpo.
É a parte mais linda porque aqui se revela a Mensagem como Deus que dar.
É o mesmo que desenvolvimento do sermão.
O corpo é a seqüência das divisões do sermão e pode ter de 2 a 5 divisões (quanto mais divisões mais complexo ficará o sermão) e ainda conter subdivisões.
Deve chamar à consciência dos ouvinte para colocar em prática os argumentos expostos.
O pregador deve saber colocar em ordem as divisões ou seja os pontos que vão ser incluídos na mensagem; geralmente, convém ordenar os pontos a fim de que aumentem em força até terminar com o mais forte.
Esta é uma regra geral que pode ser aplicada a todos os pontos de ensinamento.

4. Conclusão. A conclusão é o fechamento do sermão e deve ser bem feita, um sermão com encerramento abrupto é desaconselhável.
A conclusão deve ser breve e objetiva. É um resumo do sermão, uma recapitulação e reafirmação dos argumentos apresentados.
Durante a conclusão pode efetuar um convite de acordo com a mensagem transmitida.

ILUSTRAÇÃO
A ilustração ajuda na exposição tornando claro e evidente as verdades da Palavra de Deus.
A ilustração atrai a atenção, quebrando assim a monotonia, e faz com que a mensagem seja gravada nos corações com mais facilidade.
As ilustrações também ajuda na ornamentação do sermão tornando-o mais atraente, porém o pregador deve ter o cuidado de não ficar o tempo todo contando "histórias".
Existem basicamente dois tipos de ilustrações:

- Comparação da verdade que se deseja ilustrar com outra coisa ou situação bem conhecida, que seja semelhante, ex. " Eu sou o pão da vida ".
- Caso concreto da idéia geral que se quer ilustrar, ex. " Paciência de Jó ".

APLICAÇÃO
É a arte de persuadir e induzir os ouvintes a entender e colocar em prática em sua vida. Pode ser feita ao final de cada divisão ou de acordo com a oportunidade.
Deve ser dirigida a todos, com muito entusiasmo apelando à consciência e aos sentimentos dos ouvintes

ENTREGANDO O SERMÃO
Para os que não estão acostumados a pregar, um dos problemas mais críticos é o nervosismo, sentem-se amedrontados, começam a tremer e transpirar, pensam que não vão achar o que dizer, ou vão esquecer-se e etc.
Não são apenas os novatos que sentem medo, ainda existem muitos com experiência que se sentem assim.
Apresentaremos 3 passos importante que o pregador deve dar para amenizar o nervosismo durante a pregação:

1. Respirar forte e relaxar,
2. Orar e crer no Senhor,
3. Estudar bem a mensagem.

Existem pregadores que cansam os ouvintes, pelo tempo, pelo despreparo ou até pela imprudência.
Há também aqueles que se movimentam como fantoches ou ficam estáticos como múmias.
Se puder não ultrapasse aos 45 minutos, procure evitar ultrapassar os limites, observe o auditório, não julgue que todos estão gostando pois o "Amém, Amém" talvez seja para parar.
Procure olhar nos olhos das pessoas e nunca ficar olhando somente para uma única pessoa, nem mesmo para o relógio, parede, janelas, pés, teto ou ficar com os olhos fechados.

MÉTODO DE PREPARAR E PREGAR SERMÕES

Existem três métodos pelos quais os pregadores podem preparar e pregar:

1- Escrever e ler o sermão
Traz habilidade ao pregador em escrever, ter um estilo sempre correto, perfeito e atraente, visto que emprega as palavras com bastante cuidado e segurança.
Conserva melhor a unidade do sermão, evitando assim que o pregador vá para o púlpito nervoso e preocupado com vai falar.
Pode citar os textos bíblicos com bastante precisão, e gasta menos tempo em dizer o que tem a transmitir.
O pregador deve ter cuidado pois este método traz alguma desvantagem tais como:
Muito tempo para escrever, fica preso a leitura e pode perder o contato com os ouvintes, não é simpático ao povo e nem todo pregador sabe ler de maneira que impressione.

2- Escrever, decorar e recitar o sermão
Possui muitas vantagens como exposto no método anterior, tem mais vantagem porque exercita a desenvolver a memória, e deixa o pregador livre para gesticular, parece mais natural.
Cuidado deve ser tomado pois o pregador pode esquecer uma palavra ou frase, pondo assim em perigo todo o sermão é cair em descrédito.

3- Preparar um esboço e pregar
O pregador gasta menos tempo em preparar o sermão, habitua-se a desenvolver o pensamento e fica-se livre para gesticular.
O pregador fica livre para usar sua imaginação, criatividade e usar ilustrações que se lembrar no momento, também pode expandir seu temperamento emocional.
Este é o método mais utilizado na oratória.
Cuidados também devem ser tomados pois o pregador perde o hábito de escrever, pode se empolgar com a mensagem e esquecer o tema e o estilo não é tão apurado e elegante como os escrito.

ESTUDO BÍBLICO
Consistem os estudos bíblicos em escolher uma idéia central e depois, através da Bíblia, fazer um estudo das passagens que se relacionam com a idéia central. Para se conseguir isso, geralmente se necessita de uma concordância.
O segundo passo é escolher e determinar os pensamentos que vão ser usado como divisões do tema.
Depois escolher, dentre os muitos textos relacionados com o assunto, quais vão ser usados no desenvolvimento da exposição.
Geralmente se usa um ou dois textos, dos mais importantes e claros, no desenvolvimento de cada divisão.
Para desenvolver de maneira contínua a mensagem, e não ter que parar para procurar as passagens na Bíblia, convém copiá-las no esboço.
Essa forma de exposição tem muito valor, porque apresenta o ensinamento global da Bíblia referente a um assunto, e é fácil de se desenvolver.


Por Ev. José Ferraz

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Are you listening - by Kirk Franklin


O chamado de Eliseu


“Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; ele estava com a duadécima. Elias passou por ele, e lançou o seu manto sobre ele. Então deixou este os bois, correu após Elias, e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei. Elias respondeu-lhe: vai, e volta: pois já sabes o que fiz contigo.Voltou Eliseu de seguir a Elias, tomou as juntas de bois, e os imolou, e com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e as deu ao povo, e as comeram. Então se dispôs e seguiu a Elias, e o servia.” I Reis 19:19-21

Eliseu no Hebraico significa: “Deus é salvação” ou “Deus, sua salvação”. Sua vida foi levar salvação a toda à nação de Israel e circunvizinhança.

O Chamado de Eliseu, sua vocação profética, as marcas que ele deixou no mundo é um exemplo para todos nós. Sua renúncia aos bens materiais, profissionais e seculares, nos dar uma nítida sensação que precisamos aprender mais e mais a cada dia e a nos dispormos ao serviço da obra de Deus na terra.

Eliseu era um jovem solteiro, cheio de ideais, de vigor e muito trabalhador, ajudava a seu pai um abastado fazendeiro a arar a terra com as juntas de bois. Diz a Bíblia que Eliseu lavrava a terra com a duodécima junta de bois, ou seja, ele levava a décima segunda junta de bois, ia bem atrás tocando os bois. Era, portanto, um líder um incentivador, que colocava a produção agrícola de seu pai para funcionar. Deus sempre chama os trabalhadores, aqueles que estão ocupados.

Eliseu tinha também laços profundos familiares, amava seu pai, mãe, e os respeitava, prestando a devida honra. Portanto, era um bom filho prezando seus familiares. Não usou o chamado de Deus como escape de seus familiares.

Deus escolheu Eliseu e o separou para a sua santa obra antes mesmo de ele saber, ele ainda trabalhava com as juntas de bois arando a terra de seu pai e Deus já o escolhera para fazer uma grande obra, que não seria mais de arar a terra de uma família, mas a de muitos corações desejosos de conhecer as verdades de Deus.

Saindo do ostracismo de uma vida individual e inexpressível para uma vida de profeta do Deus altíssimo, selando o seu nome no livro da vida, na história da Nação de Israel e na Bíblia Sagrada, para sempre.

Eliseu começou seu ministério com milagres, como diz no capitulo dois de II Reis, segue-se milagre após milagre: O azeite da viúva aumentado; o filho da Sunamita é ressuscitado; o caldo de ervas venenoso é transformado em comida boa; o milagre da multiplicação dos pães; Naamã, o comandante leproso é curado e restaurado milagrosamente; o machado emprestado que cai na água flutua sobre as águas.

A cidade de Samaria é liberta pelos carros invisíveis de Eliseu; os Siros são afugentados pelos cavalos e carros de Deus.

Quase tudo quanto se registra na vida de Eliseu são milagres.

Até quando morreu ele fez milagre, outro cadáver foi lançado em sua sepultura ao bater em seu corpo este ressuscitou na hora, pulou fora vivinho. Será se o homem tinha unção?

De fato, Eliseu poderia ter continuado com sua vida de vaqueiro, agricultor, mas, Deus o chamou para ser um vaso de bênção e de salvação, e lhes deu porção dobrada de seu Espírito.

O CHAMADO DE ELISEU
Deus o Todo Poderoso chamou Eliseu para substituir o profeta Elias que estava para partir para a eternidade, Deus precisava de Eliseu.

Muitos são chamado por Deus para serem salvos e receber a glória de filho do Altíssimo.

Deus tem chamado homens e mulheres para fazer com que seu reino se estabeleça e se fundamente na terra. Para tanto, Ele precisa, mas do que um simples crente, que venha a cada domingo na igreja. Ele necessita de trabalhadores para sua igreja, afim de que ela prospere e cresça nesta terra.

Deus, através de Jesus e de sua Palavra, continua chamando: “ Vinde a mim.. Mateus 11:28 “ Quem tiver sede venha a mim e beba…” João 7:38 “… Eis que estou à porta e bato…” Apocalipse 3:20 “.. “Olhai para os campos e vede…” João 4:35

A RESPOSTA DE ELISEU
Prontamente deixou o que estava fazendo e entrou para a escola de profeta. Pediu para despedir de seus pais, irmãos e amigos. Queimou aquilo que poderia atrapalhar no trabalho de Deus.

Eliseu poderia ter mantido a junta de bois para uma eventualidade não der certo na sua vida como profeta. Porém, ele deve ter pensado que aquela junta de bois poderia ser uma armadilha espiritual, um retrocesso, um recuo, um olhar para trás.

Muitos são os apegos, as juntas de bois, que tem feito crentes que um dia professaram sua fé em Jesus, a olhar para trás e a recuarem na vida cristã, tendo-se tornado infrutíferos nas cousas de Deus.

Os péssimos exemplos daqueles que recuaram e que olharam para trás: A mulher de Ló olhou para trás. Gênesis 19:26 O povo de Israel olhou para trás lembrando dos pepinos e melões, alhos, cebolas do Egito. Número 11: 4-15 Demas, auxiliar de Paulo, missionário, amou o presente século e abandonou a obra de Deus. II Timóteo 4:10

Algumas coisas precisam ser deixadas para que à vontade de Deus se estabeleça: A mulher que deixou seu cântaro para testemunhar de Jesus. Jo 4:2 Bartimeu, o cego, deixou sua capa empoeirada que o impedia de se aproximar de Jesus. Marcos 10:46 Deixando tudo. Casa, irmãos, mãe, pai, amigos, campos. Marcos 10:28; Lucas 14:33: Mateus 6:33

São proibidos de seguir Jesus: Os que valorizam segurança e conforto acima do Senhor. Os que dão preeminência as cousas materiais acima do Salvador. Os que olham pra trás, para a vida velha.

Cristo não aceita soldados de verão ou discípulos turistas. Ou é quente ou é frio.

Eliseu saiu de sua vida de vaqueiro para fazer uma grande obra. Muitos são chamados para fazer parte como trabalhador de sua obra na terra: salvar as almas do inferno e da perdição.



Pr Francisco Nascimento

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A defesa da autoridade apostólica de Paulo


2 Co 10.1-8,17,18

Introdução
I. Paulo responde aos seus adversários
II. Inimigos e armas espirituais do apostolado
III. A perspectiva de Paulo sobre autoridade

AS ARMAS ESPIRITUAIS E OS INIMIGOS DA FÉ

Os versículos 4 e 5 de 2 Co 10 apresentam os seguintes desdobramentos em duas realidades presentes na vida cristã: as armas espirituais e o seu uso em relação aos inimigos da fé.

As Armas Espirituais
De acordo com a epístola aos Efésios, as armas em Deus são constituídas de Fé, Verdade, Justiça, Mensagem do evangelho e a Palavra de Deus (Ef 6.13-17). Entretanto, as armas carnais – Riqueza, Fama e Poder Político, aparecem no sentido oposto, sendo inúteis nas batalhas espirituais.

Assim exposto, Paulo demonstra a contradição com o evangelho aos que comparam a autoridade apostólica às confrontações opressoras disponibilizando critérios carnais de acordo com os padrões deste mundo (kata sarka, lit. “de acordo com a carne”). O apóstolo dos gentios nega que suas ministrações sejam estranhas à nova aliança (1. 17; 5.16; cf. Gl 16-24) e demonstra que, embora viva no mundo (sarke, lit. “carne”) e esteja deste modo sujeito às fraquezas e limitações humanas, ele está travando uma guerra espiritual (Ef 6.12), onde os recursos humanos não são relevantes. As armas necessárias, portanto, devem ser espirituais, trazendo consigo o poder de Deus para demolir as fortalezas espirituais.

Inimigos da Fé
Acerca dos sistemas filosóficos, frutos do mundo intelectual grego, Paulo retrata-os como fortalezas a serem demolidas (“sofismas” no v.4 da RA). Na contemporaneidade os principais pensamentos presentes no mundo são:

· PRAGMATISMO – O exercício das ações voltado somente para a obtenção de lucros ou vantagens;
· RELATIVISMO – Ausência do valor absoluto, a ideia de que a verdade depende do ponto de vista de cada indivíduo e circunstâncias que se encontram;
· HEDONISMO – Representa a busca intensa por prazer. O hedonista pergunta: Isto me dá prazer?;
· MATERIALISMO – Ignora completamente o valor imaterial (sentimento, amor, eternidade, Deus, etc…) das coisas, buscando a pura racionalidade, elegendo a perspectiva naturalista de vida.

Muitos certamente não sabem definir os termos acima descritos, mas vivem-nos da maneira mais intensa possível. Considerando isso, dentro do contexto cultural grego, Paulo diz, na epístola anterior, que o evangelho pareceria uma loucura para aqueles que vissem o mundo através das lentes da filosofia secular grega (I Co 1. 22).

Além disso, o apóstolo no v. 4 afirma a arrogância e pretensões contidas neste sistema como oposição ao conhecimento de Deus revelado em Cristo. No versículo 5, o apóstolo traz a ideia central do cativeiro de todo o sistema mundano de pensamento, sendo levado em sujeição aos ensinos de Cristo. O evangelho para o homem natural é loucura, mas para os que estão revestidos das armas de Deus é poder.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Teu fluir é melhor - Heloídsa Rosa


Como lidar com o pecado?

Saul e Davi: um estudo de caso

Todos pecaram (Romanos 3:23). A única diferença é como as pessoas respondem aos seus próprios pecados. Saul e Davi foram os dois primeiros reis de Israel. Ambos eram homens humildes e fiéis quando foram escolhidos. Ambos reinaram bem, no princípio. Ambos pecaram. A diferença entre Saul e Davi era suas reações quando confrontados com seus pecados.

Saul

Devido a exigência do povo, o Senhor selecionou um rei para Israel (1 Samuel 8). Ele escolheu Saul, um homem belo de uma família militar. Saul, que estava procurando as jumentas extraviadas de seu pai quando Samuel o ungiu, ficou perplexo (1 Samuel 9). Sua timidez fê-lo esconder-se quando sua escolha foi anunciada publicamente (1 Samuel 10:21-22). Ele certamente não estava procurando glória pessoal.

Saul reinou bem, no princípio, mas gradualmente sua autoconfiança cresceu e sua confiança no Senhor diminuiu. Em 1 Samuel 15 o Senhor ordenou que Saul e seu exército conquistassem os amalequitas, uma nação que tinha atacado erradamente Israel séculos antes (veja Êxodo 17). Deus ordenou que os amalequitas fossem exterminados; nada deveria ser poupado. Em vez disso, Saul poupou o rei e os melhores animais. Agindo assim, ele pecou.

Deus disse a Samuel que fosse falar com Saul, que estava erigindo um monumento a si mesmo (1 Samuel 15:10-12). Quando Samuel se aproximou, Saul abriu a boca: “Bendito sejas tu do SENHOR; executei as palavras do SENHOR” (15:13). Ele parecia muito ansioso para assegurar a Samuel de que a ordem tinha sido cumprida. Samuel respondeu perguntando pelo som de bois mugindo e ovelhas balindo. Este era o ponto crítico. O que faria Saul quando confrontado com seu pecado? Saul defendeu-se (15:15). Ele explicou que era o povo que tinha poupado os animais. Ele raciocinou que isso era por uma boa causa: sacrificar ao Senhor. Desde Adão até agora, os pecadores têm tentado afastar a culpa e dar desculpas pela sua desobediência. É duro aceitar a responsabilidade pelos próprios atos.

Samuel repreendeu Saul, contrastando sua primitiva humildade com a vontade própria e o orgulho que ele, então, estava demonstrando (15:16-18). Essa dura reprovação penetraria as defesas de Saul e faria com que ele se humilhasse e se arrependesse? Não, Saul endureceu seu coração. Ele reiterou suas desculpas, alegando que tinha de fato obedecido ao Senhor. Ele insistiu que não era sua culpa, uma vez que o povo é que tinha poupado os animais e que tudo, afinal, era para sacrificar. A consciência de Saul era impenetrável. Mais tarde Saul recitaria a palavra “Pequei”, mas somente porque ele queria que Samuel voltasse e o honrasse diante do povo, não porque estivesse arrependido de fato.

Como resultado do coração impenitente de Saul (note Romanos 2:5), Deus afastou Seu espírito de Saul, e um espírito mau entrou nele. Dai em diante, a vida de Saul foi torturada e arruinada pela culpa. Ele se tornou paranóico, suspeitando de seu genro, Davi, e tramando matá-lo (veja Samuel 20:30-33). Ele assassinou 85 sacerdotes de Deus (1 Samuel 22) e resolveu consultar uma feiticeira (1 Samuel 28). Finalmente, ele se suicidou (1 Samuel 31). Saul demonstra o que acontece a uma pessoa que se recusa a confessar e arrepender-se do pecado. A culpa leva à insanidade.

Davi

Como Saul, Davi era humilde e justo quando foi escolhido para ser rei. Ele se tornou um governante popular e capaz, abençoado com vitórias militares e prosperidade. Infelizmente, o pecado entrou. Davi viu Bate-Seba, a mulher de um vizinho, enquanto ela se banhava. Inflamado pela cobiça, Davi indagou a respeito dela e soube que era a esposa de um dos seus mais condecorados soldados. Ele convidou-a ao palácio e cometeram adultério. Depois ela voltou para casa.

Cedo ou tarde, o Senhor confronta-nos com nossos pecados. Bate-Seba engravidou e mandou avisar Davi que ele era o pai. Em vez de admitir seu pecado, Davi chamou o esposo dela, Urias, da batalha e lhe disse que fosse para casa. Davi queria fazer com que a criança parecesse legítima. Por respeito aos seus camaradas, Urias se recusou a passar a noite com sua esposa. Frustrado, Davi enviou um recado, pela própria mão de Urias, para o comandante do exército, Joabe, para metê-lo na frente da batalha e, então, retirar-se dele. Deste modo, Urias foi assassinado e Davi tomou Bate-Seba como sua esposa.

A melhor coisa a fazer quando pecamos é admitir e nos arrepender. Davi não o fez. Em vez disso, ele tentou encobrir seu pecado e fazer com que parecesse que nada de errado tivesse acontecido. Assim, o Senhor tomou medidas mais fortes para levar Davi ao arrependimento. O profeta Natã foi a Davi e o condenou por seu pecado. Ele advertiu a Davi que ele tinha cometido tanto adultério como assassinato e que o Senhor o puniria severamente: (1) a criança morreria; (2) a espada nunca se afastaria de sua família; (3) as suas próprias concubinas seriam violadas à vista de todos.

Até este ponto, Saul e Davi eram iguais. Ambos pecaram. Um profeta foi enviado a cada um deles para condená-los pelo seu pecado. Ambos os profetas (Samuel e Natã) anunciaram o julgamento contra eles. É aqui que a diferença entre os dois homens pode ser vista. Saul tentou desculpar-se e afastar a culpa. Davi disse: “Pequei contra o Senhor… contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos…” (2 Samuel 12:13; Salmos 51:4). Ele implorou perdão e restauração de sua relação com o Senhor (veja Salmo 51). Portanto, Deus perdoou a Davi (2 Samuel 12:13).

Que diferença o arrependimento faz! A vida posterior de Saul foi atormentada pela culpa, levando-o a paranóia, ciúmes e depressão. Seu reinado, começado tão esperançoso, terminou em suicídio. Davi, por outro lado, ainda que enfrentasse terríveis conseqüências de seu pecado (morte da criança, discórdia na família, estupro de suas concubinas), foi purificado de sua culpa e não foi atormentado pelos distúrbios mentais como Saul. Ainda que mortificado pelo horror de seu pecado, ele continuou a ter amizade com Deus e a servi-lo fielmente.

Aplicação para nós

O Salmo 32 registra as meditações de Davi com respeito a seu pecado:

Versículos 1-2: “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo.” Davi regozijava-se com seu perdão, e sentiu aliviado por ter sido limpo. Contudo, o perdão não é automático. Ele chega àquele em cujo espírito não há engano: àquele cujo arrependimento é honesto, sincero e real.

Versículos 3-4: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.” Davi se lembrava da agonia do pecado não confessado. Sua consciência não tinha descanso. Ele se sentia esvaziado, exausto. Ainda que confessar o pecado seja duro, uma recusa desavergonhada a aceitar a responsabilidade por ele é ainda mais forte com o passar do tempo. A culpa tortura.

Versículo 5: “Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.” Perdão! Alívio! Paz! Quando Davi confessou foi como se a pressão da água atrás de uma represa fosse aliviada pela abertura de uma comporta.

Versículo 7: “Tu és meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento.” Você vê o que a confissão e o perdão podem fazer? Admiravelmente, essa é a mesma pessoa descrita nos versículos 3-4. Ver a alegria do perdão deverá motivar-nos ao arrependimento e confissão dos nossos pecados ainda que seja difícil.

Versículos 8-9: “Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho. Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem.” Davi contrasta o homem que responde ao simples olhar do Senhor com o homem parecido com a mula! Esse precisa de freio e rédea para fazer com que obedeça. Talvez ele estivesse pensando como teria sido melhor se ele tivesse se arrependido e confessado o seu pecado imediatamente, em vez de esperar até que Natã tivesse que lhe “bater” na cabeça. Algumas crianças são bastante sensíveis e, sendo assim, um olhar duro as corrige na hora, enquanto outras exigem diversas boas surras. Estaremos muito melhor sendo sensíveis à mais leve indicação da desaprovação do Senhor em vez de precisar de castigo severo para nos corrigir.

E quanto a nossos pecados? A diferença entre aqueles que seguem o Senhor e aqueles que não seguem, não está em seus pecados ‒ todos pecam. A diferença está no que eles fazem após pecarem. O que acontece quando alguém aponta o pecado em nossa vida ou quando lemos na Bíblia que o que estamos fazendo é errado? Agimos como Saul: afastando a culpa, dando desculpas, tentando defender-nos? Agimos como Davi: admitindo humildemente nossos pecados e nos arrependendo quando a repreensão de um irmão nos força a enfrentá-los? Ou melhor ainda: desenvolveremos sensibilidade ao Senhor e a sua palavra de modo que vejamos nossos próprios pecados e imediatamente venhamos a confessá-los, nos arrepender e pedir o perdão ao Senhor?

Todos pecam. A diferença entre os homens está em como eles respondem aos seus pecados.

Por Gary Fisher


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A decisão - Pra. Ludmila Ferber


A decisão de Neemias


Neemias: Vamos Construir!

O inverno estava chegando em 445 a.C., e Neemias estava na cidadela em Susã, a sede do governo persa. Uma geração antes, no mesmo lugar, Ester e Mordecai conseguiram salvar os judeus da matança tramada por Hamã. Neemias estava entre os judeus que ainda moravam fora do seu país, mesmo 90 anos depois da volta de Zorobabel para reconstruir o templo e povoar novamente a cidade de Jerusalém. Neemias foi copeiro do rei, uma pessoa respeitada pelo homem mais poderoso do mundo.

Hanani fez a viagem de 1.600 quilômetros de Jerusalém a Susã para visitar seu irmão, Neemias. As notícias que ele levou entristeceram Neemias. Hanani disse que o povo de Jerusalém encontrava-se numa situação precária e insegura, sujeito às agressões dos povos que controlavam as regiões adjacentes à cidade.

Neemias, extremamente preocupado com o bem-estar dos seus parentes e compatriotas, chorou, jejuou e orou ao Senhor. Ele baseou suas petições nas grandes promessas de Deus, certo da fidelidade de Deus em cumprir a sua palavra. Pediu que Deus estivesse com ele diante do rei da Pérsia.

Devemos buscar a vontade de Deus e o bem de seu povo.

Quatro meses depois, já no início da primavera, Neemias teve sua oportunidade de agir. O rei Artaxerxes percebeu a tristeza de seu copeiro, e perguntou o motivo. Neemias explicou a sua preocupação com o povo em Jerusalém. Quando o rei ofereceu ajuda, Neemias orou a Deus e fez seus pedidos ao rei: Œ Licença para ir a Jerusalém para reedificar a cidade,  Cartas para assegurar sua passagem pelas províncias no caminho, e Ž Autorização para o uso de madeiras da floresta na construção. Pela bondade de Deus, o rei deu tudo que Neemias pediu, e este partiu para Jerusalém.

É importante orar e planejar antes de agir.

A Vistoria da Obra (2:11-16)

Neemias chegou em Jerusalém sem fanfarra, e esperou três dias antes de começar o seu trabalho. Ele saiu de noite, levando poucos homens, sem anunciar o seu propósito. Naquela noite, Neemias percorreu a cidade de Jerusalém, fazendo vistoria das muralhas. Antes de dar alguma orientação ao povo, ele precisava entender a situação.

Devemos entender os problemas antes de propôr as soluções.

O Apelo ao Povo (2:17-18)

Depois de terminar sua vistoria, Neemias falou com o povo e fez seus apelos. Ele falou sobre o problema – a miséria do povo, a necessidade de agir para resolver o problema, e a dependência em Deus para alcançar a solução.

Para resolver qualquer problema espiritual, precisamos considerar as mesmas três coisas.

A Resposta dos Judeus (2:18)

Neemias não pretendeu fazer a obra sozinho. Precisou da cooperação do povo para edificar as muralhas. Os judeus se mostraram dispostos e começaram os seus preparativos para o trabalho de construção.

O trabalho bem-sucedido no reino de Deus depende da nossa disposição e cooperação.

A Oposição (2:10,19-20)

Ao longo do relato da construção, há referências à oposição dos povos vizinhos. Eles não queriam deixar Jerusalém ficar forte e próspera, e fizeram tudo que foi possível para intimidar o povo e impedir a obra. Neemias não cedeu à pressão dos adversários. Ele confiou em Deus, e recusou dar ouvidos aos adversários. Eles até sugeriram que o trabalho fosse ilegal, procurando provocar medo de problemas com o governo, mas Neemias não cedeu. Deus estava com ele, e as ameaças dos adversários não impediriam o trabalho do Senhor (6:9).

Em outras épocas da história bíblica, os servos do Senhor enfrentaram perseguições severas, até levando à morte de vários discípulos. Mas confiaram no Senhor e prosseguiam na obra, apesar das ameaças reais dos inimigos. “Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Apocalipse 12:11).

Deus é mais forte do que todos os seus adversários. Se confiarmos nele, teremos bom êxito no trabalho.

A Cooperação Prática na Obra (3:1-32)

O capítulo três de Neemias, na minha opinião, é o mais bonito do livro. A primeira vista, pode não perceber a beleza dele, pois contém uma lista de nomes e detalhes geográficos. Mas estes nomes e referências a lugares mostram como cada família e cada pessoa contribuíram à obra de construção. Uma família assumiu a responsabilidade de edificar um trecho do muro, enquanto outra ergueu o próximo. Do sumo sacerdote e maiorais do povo aos residentes comuns de Jerusalém e de outras cidades judaicas, o povo pôs a mão à massa e trabalhou dia e noite.

Neemias comentou sobre este espírito de cooperação: “Assim, edificamos o muro... porque o povo tinha ânimo para trabalhar” (4:6). Quantas vezes falhamos em nosso trabalho diante do Senhor por motivo de desânimo? O dever precisa vencer o desânimo!

Devemos ser servos humildes – todos nós – dispostos e ativos no trabalho de Deus.

A Proteção Divina e a Responsabilidade Humana (4:1-23)

Devido à disposição do povo para trabalhar, as muralhas chegaram à metade de sua altura, e começaram a fechar as brechas. Neemias ouviu que os inimigos se preparavam para atacar a cidade. A reação dele mostra uma atitude excelente de fé e responsabilidade: “Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite” (4:9). Quando enfrentamos desafios na vida, não devemos ficar de braços cruzados.

Devemos fazer o que podemos, dentro dos papéis definidos pelo Senhor, para resolver os problemas. Por outro lado, seria tolice achar que todas as soluções se encontram em nossas mãos. Devemos, como Neemias, orar ao Senhor e confiar nele para cuidar das coisas que são maiores do que nós.

O servo de Deus vive pela fé e ora sem cessar, mas não foge da responsabilidade de cumprir os seus deveres.

A Luta pela Família (4:12-14)

Quando Neemias organizou os trabalhadores para se defenderem contra os adversários, ele chamou todos a pelejarem pelas próprias famílias (4:14). O desejo de salvar as próprias famílias motivou os judeus a trabalharem e vigiarem constantemente. Deve ter o mesmo efeito em nossas vidas. Mas as ameaças maiores hoje são os ataques espirituais que o Adversário faz constantemente, bombardeando as nossas famílias com tentações que ameaçam nos levar à perdição.

Pelejemos pela família!

A Obra Terminada (6:15-16)

Depois de duas gerações de empecilhos e desculpas, Neemias e o povo se dispuseram a trabalhar e realizaram a obra em apenas 52 dias! Quantas vezes procrastinamos e imaginamos muitos motivos para não fazer o nosso dever, quando o trabalho em si poderia ser realizado em pouco tempo?

Deixemos de lado as nossas desculpas. Mãos ao trabalho!

Neemias e o povo de Judá aceitaram o desafio e realizaram uma obra importante na construção dos muros de Jerusalém. Aprendemos muitas lições importantes do bom exemplo deles.

Por Dennis Allan