Recentemente,
Nicaise Kibel'Bel Oka, um jornalista congolês e editor da revista “Les
Coulisses”, na República Democrática do Congo, publicou um livro em francês
intitulado por “O advento da jihad na República Democrática do Congo – o
terrorismo islâmico desconhecido do ADF (Allied Democratic Forces – Forças
Democráticas Aliadas)”. A ADF é um grupo rebelde de oposição ao governo,
atuante tanto no Congo quanto na Uganda. Ele tem sido responsável por milhares
de mortes de cristãos com um único objetivo: fazer uma “limpeza étnica” nessas
nações. Desde 1990, os militantes atuam na região fronteiriça do norte do
Congo.
De
acordo com o autor, a organização tem agido com impunidade e a mídia não tem
relatado suas ações. “Meu livro chama a atenção para esse fenômeno, que tem
sido uma ameaça para o nosso país e também para as regiões próximas. Em três
anos, ataques atribuídos ao ADF já mataram mais de 800 pessoas. Alguns podem
até negar a existência de uma insurgência islâmica já que esses rebeldes nunca
reivindicam seus atos bárbaros, mas a mensagem violenta deles é dirigida à
mídia internacional”, comenta Oka. Segundo ele, o grupo age silenciosamente e
assim consegue estabelecer sua presença nessas nações sem alarmar os cidadãos.
“A
comunidade islâmica do Congo está ciente desse aumento do islamismo radical.
Alguns imãs proeminentes admitem isso, mas são impotentes, por medo de
represálias e porque fazem parte da Ummah (termo árabe que define a Comunidade
Muçulmana Mundial)”, explicou. Oka acredita que “ADF” é um nome que não
descreve seus membros. “Se fossem verdadeiros democratas, como diz o título,
não cometeriam atos contrários aos valores da democracia. Seu nome original era
MDI (Muslim Defense International – Defesa Muçulmana Internacional) e veio de
uma seita paquistanesa estabelecida na Tanzânia, em 1940. Depois disso,
recrutaram militantes de várias nações, entre elas, Burundi, Quênia, Sudão e
Somália”, conta o jornalista.
O
fato é que os cristãos estão morrendo em meio à insurgência islâmica não
declarada e pouco divulgada. Em 2016, o Congo ocupava a 52ª posição entre os
países que mais perseguem cristãos no mundo, faltando poucas posições para
integrar à Lista Mundial da Perseguição. A violência contra os seguidores de
Cristo continua crescendo a cada dia entre os congoleses. Igrejas são frequentemente
invadidas, milhares de cristãos tiveram que deixar suas casas e vivem
deslocados, há relatos de que vários já foram torturados e agredidos até a
morte por causa da fé. Ore pela igreja na República Democrática do Congo.