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terça-feira, 4 de maio de 2010

Carta aberta aos jovens




Meu nome é Patrícia, tenho 17 anos, e nesse momento encontro-me quase sem forças.Pedi à enfermeira Dani, minha amiga, para escrever esta carta, que será endereçada aos jovens (...) antres que seja tarde demais.
Eu era uma jovem "sarada", criada em uma excelente família de classe média alta de Florianópolis. Meu pai é engenheiro eletrõnico de uma grande estatale procurou sempre dar tudo do bom e do melhor pra mim e para meus dois irmãos, inclusive a liberdade, que eu nunca soube aproveitar.
Aos 13 anos venci um concurso para modelo e mnequim, na Agência Elite, em São Paulo. Sempre me estaquei pela minha beleza física, chamava atenção por onde passava. Estudava no melhor colégio de Floripa e tinha todos os garotos do colégio aos meus pés. Nos finais de semana, freqüentava shoppings, praias e cinemas; curtia com minhas amigas tudo o que a vida tinha de melhor para oferecer. Porém, como a vida nos prega algumas peças, meu destino começou a mudar em outubro de 1994, quando fui com a turma de amigos para a Oktoberfet, em Blumenau.
Na quinta-feira, primeiro dia de festa, tomei meu primeiro porre de charope.
Eu já tiha experimentado algumas bebidas, tomava escondido da mama~e o licor Amarula, ams nunca tinha ficado bebâda. Que sensação legal! Curti a noite inteira beijei uns 10 carinhas. Minhas amigas até colocavam a chope numa mamadeira misturado com guaraná para enganar os "meganhas", porque menos não podia beber; assim, bebemos a noite inteira, eos "otários" nem perceberam.
Lá pelas quatro sa manhã fui levada ao posto Médico, quase em como alcoólica, numa maca dos Bombeiros. Deram-me umas injeções de glicose para melhorar. Quando voltei ao apartamento, quase "vomitei as tripas", mas meu grito de liberdade já tinha sido dado.
No sábado conhecemos uma galera de São Paulo, que estava alugando um "apê" no mesmo prédio. Nem imaginava que naquele dia eu estaria sendo apresentada ao meu futuro assassino.
Bebi um pouco em uma festa que não estava legal, e lá pelas 5h30 fomos ao "apê" dos garotos para curtir o restante da madrugada. Lá rolou de tudo, e fui apresentada ao famoso "baseado". No começo resisti, mas chamaram a gente de "Catarina careta", mexeram com nossos brios e acabamos experimentando.
Fiquei com uma sensação esquisita, de baixo astral, mas antes de ir embora esperimentei novamente. O garoto mais velho da turma, o "Marcos", fazia careirinha e cheirava um pó branco, que descobri ser cocaína. Ofereceram-me, mas naõ tive oragem aquele dia. retornamos a Floripa, mas percebi que alguma coisa tinha mudado. Eu sentia a necessidade de buscar novas experiências e não demorou muito para novamnete deparar-me com meu assassino, "Drues".
Aos poucos, meus melhores amigos foram se afastando quando comecei a me envolver com uma galera da pesada. Sem perceber, eu já erra uma dependente quimíca, a partir do momento que a droga começou a fazer parte do meu cotidiano.
Fiz viagens alucinantes, fumei maconha misturada com esterco de cavalo, experimentei cocaína misturada com um mont de porcaria. Eu e a galera descobrimos que misturando cocaína com sangue o efeito ficava mais forte; aos poucos não compartilhávamos a seringa, e sim o sangue que cada um cedia para diluir o pó. No início, a minha mesada cobria os meus custos porque a galera repartia e o preço era acessível. Comecei a comprar a "branca" a R$ 7,00 o grama, mas não demorou muito para conseguir somente a R$ 15, 00 e eu precisava, no mínimo, de cinco doses diárias.
Saía na sexta e retornava aos domingos co meus novis "amigos". Ás vezes a gente conseguia o "ecstasy", dançávamos nos "points" a noite inteira e depois farra. Meu comportamento tinha mudado em casa, meu pais perceberam, mais no início eu disfarçava e dizia que eles não tinham nada a ver com a minha vida. Começei a roubar em casa pequenas coisas para vender ou trocar por drogas. Aos poucos o dinheiro foi faltando e, para conseguir grana, fazia programa com unsvelhos que pagavam bem. Sentia nojo de vender meu corpo, mas era necessário para conseguir dinheiro.
Aos poucos, toda a minha família foi se desestruturando. Fui internada diversas vezes em Clínicas de Recuperação. Meus pais , sempre com muito amor, gastavam fortunas para tentar mudar o quadro. Quando eu saía da clínica, aguentava alguns dias, mas logo estava me picando novamente.
Abandonei tudo: escola, bons amigos e família. Em dezembro de1997, minha sentença de morte foi decretada: descobri que havia contraído a vírus da AIDS, não sei se me picando ou através de relações sexuais, muitas vezes sem camisinha. Devo ter passado o vírus a um montão de gente, porque os homens pagavam mais para transar sem camisinha.
Aos poucos, meus valores, que só agora reconheço, foram acabando: família, amigos, pais, religião, Deus- até Deus, tudo me parecia ridículo. Papai e mama~e fizeram tudo, por isso nunca vou deixar de amá-los. Eles me deram o bem mais precioso, que é a vida,e eu joguei pelo ralo.
Estou internada, com 24 kg. horrível; não quero receber visitas, porque não podem me ver assim. Não sei até quando sobrevivo, mas, do fundo o coração, peço aos jovens que não entrem nessa viagem maluca... Você, com certeza, vai se arrepender, assim como eu - mas percebo que pra mim é tarde demais.

Um comentário:

  1. Conheço muito bem este mundo, embora nunca fui usuário de drogas, mas convivi no meio. Conheço muitas histórias iguais a esta, precisamos orar e clamar pelos jovens, pois com as drogas a preços mais baixos, cresce o numero de dependentes e marionetes de Satanas! Senhor, tenha misericórdia de nós!

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