Então, Davi recebeu da mão de Abigail o que esta lhe havia trazido e lhe disse: Sobe em paz à tua casa; bem vês que ouvi a tua petição e a ela atendi. 1 Samuel 25:35
Abigail não cedeu à tentação de livrar-se de um casamento infeliz, deixando que Davi passasse ao fio da espada Nabal e seus filhos. Chamou os seus servos e ordenou-lhes que carregassem os jumentos com presentes para Davi – pão, vinho, carne, trigo, passas e pastas de figo. Cavalgando um jumento, ela mostrou-lhes a direção a seguir.
E assim as duas caravanas – a caravana da ira e da vingança, e a caravana da paz e reconciliação – marcharam, uma em direção à outra. Quando se encontraram, Abigail desceu do jumento, prostrou-se diante de Davi e fez a magnífica súplica relatada nos versos 24 a 31.
Davi desistiu de matar a família de Nabal e bendisse a Deus por ter enviado Abigail ao seu encontro. Muitas vidas foram salvas naquele dia, graças à ação pronta desta mulher, que não nutria sentimentos de vingança para com o marido, embora este fosse um bruto.
Ao chegar em casa, ela encontrou Nabal bêbado. Como não havia condições de conversar com ele, ela esperou até a manhã seguinte para lhe contar tudo. E quando Nabal ouviu o que acontecera no dia anterior, ficou tão chocado ou irado, que teve um ataque e ficou paralisado, morrendo dez dias depois.
Mas a história não termina aí. Davi, ao saber da morte de Nabal, propôs à bela viúva tomá-la por mulher, o que ela aceitou.
A vida de Abigail encerra lições preciosas: ela não se deixou amargurar pelas adversidades, mas suportou-as com resignação. Além disso, em sua intercessão com Davi, ela lhe assegurou que a mão de Deus não se havia retirado dele, e que por mais ameaçador que fosse o presente, ele seria rei de Israel.
Que palavras animadoras! Haveria algo melhor que se pudesse dizer a alguém, senão lembrá-lo de que Deus tem um plano para a vida dele, e que se ele obedecer a Deus e nEle confiar, todas as coisas contribuirão para o seu bem?
Por fim, aprendemos dos lábios de Abigail que jamais nos arrependeremos do mal não cometido – uma palavra de ira contida a tempo, um ato de violência refreado no último momento. No registro de nossa vida há muita coisa que gostaríamos de apagar. Mas demos graças a Deus por aquilo que não está ali, porque, pela misericórdia divina, fomos impedidos, a tempo, de cometer.
Por Paulo Tavares
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