Significados proféticos e
escatológicos das Sete Festas do Senhor
Por trás destas festas há significados profundos e eternos. A Bíblia as
chama de festas de Javé, do eterno. Como se tratam de sete festas do Deus
Eterno elas devem ter também um significado eterno. As primeiras quatro festas
caem na Primavera (Páscoa, Pães Asmos, Primícias e Pentecostes) . Seu
significado profético e eterno é claro. Elas tiveram seu cumprimento profético
na primeira vinda do Messias de Deus, Jesus.
A realização ocorreu em sua morte, ressurreição, em sua vida sem pecado,
no derramamento do Espírito Santo e na formação da Igreja.
Cristo cumpriu as quatro festas comemoradas na Primavera, no
tempo exato designado para sua celebração, segundo o calendário judaico. Isso
quer dizer que, uma vez que o ciclo de festas da Primavera foi cumprido por
Cristo em sua primeira Vinda, também o ciclo de festas do Outono será cumprido,
no futuro, com os eventos relacionados à segunda vinda de Jesus.
As três últimas
festas ( Trombetas, Expiação e Tabernáculos)
ocorrem no Outono. Seu significado profético se encontra na volta de
Jesus nos tempos finais. Fazendo uma retrospectiva das quatro primeiras festas,
tudo é claro e ficamos admirados com a exatidão do seu cumprimento. Por isso,
podemos esperar a mesma exatidão na realização profética futura das outras três
festas.
1 - A Festa da Páscoa - "Porque
Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós" 1 Co 5.7
Veremos
que a primeira festa, a festa da Páscoa, cumpriu-se de maneira maravilhosa em
Jesus Cristo. A Páscoa foi
instituída na noite em que ocorreu o Êxodo do Egito. A primeira Páscoa foi
celebrada na Lua Cheia, no final do dia 14 do mês de Abib, dali em diante
deveria ser celebrada anualmente. A festa começa com a morte de um cordeiro
como oferta pelo pecado (Ex.12:2,6), no dia 14 do mês de Abib,
ou seja, um dia antes dos Pães Asmos (Lv.23:6) e dois dias antes das
Primícias (Lv.23:12). O sacrifício da Páscoa era oferecido
"no crepúsculo da tarde" (Lv.23:5; Nm.28:4,8). Jesus foi
crucificado na hora terceira, ou seja, às 09:00h: "E era a hora
terceira, e o crucificaram." (Mc.15:25). Na hora nona,
compreendida entre 15h00h e 18h00h (pôr-do-sol), Jesus rendeu o espírito
cumprindo o mesmo período designado para o sacrifício da Páscoa, ou seja, no
crepúsculo da tarde: "E era já quase
a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o
sol; E rasgou-se ao meio o véu do templo. E, clamando Jesus com grande
voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou."
Lc.23:44-46
O aspecto profético da Festa dos Pães Asmos é que ela retrata o
sepultamento de Jesus. Assim como a Festa da Páscoa ilustrava a Sua morte na
Cruz, assim também a observância dos Pães Asmos ilustrava o Seu sepultamento.
3 – Festa das Primícias
A Festa das Primícias ou o Dia dos Primeiros Frutos (Bikkurim)
acontecia no dia seguinte à Festa dos Pães Asmos e era observada apenas um
único dia. Era celebrada no dia 16 de Abib ou Nisã (Março/Abril do nosso
calendário) e caía no primeiro dia da semana (domingo). A Festa marcava o
início da colheita e seu propósito principal era reconhecer e agradecer as bênçãos
de Deus com as primeiras colheitas da cevada. A partir desse dia começava o
início da contagem dos 50 dias (ou 7 semanas) para a celebração de outra festa:
o Pentecoste.
Shavuot é a última Festa comemorada na estação da Primavera e também a última que possui cumprimento profético realizado, já que as três Festas de Outono ainda não se cumpriram profeticamente.
Cinquenta dias após a ressurreição de Cristo, o Espírito Santo veio sobre os apóstolos no dia de Pentecostes e batizou-os. Shavuot ou Pentecoste foi cumprido com a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos: "E, cumprindo-se o dia de Pentecostes…" (At 2:1)
Em Levítico 23:16 diz que em Shavuot deveria ser feito uma nova oferta de cereais ao Senhor: "…até o dia seguinte ao sétimo sábado, contareis cinqüenta dias; então oferecereis nova oferta de cereais ao Senhor." Jesus já havia sido oferecido ao Senhor nas Primícias, agora em Shavuot uma nova oferta de cereal deveria ser oferecida: a Igreja.
5 – Festa das Trombetas
A Festa das Trombetas
ou Yom Teru'ah é comemorada no 1º dia do mês Tishrei, o sétimo mês do
calendário bíblico e o primeiro do calendário civil judaico (setembro/outubro
no nosso calendário). A festa também pode ser considerada uma celebração
da Lua Nova. Os judeus seguiam o calendário lunar, que é baseado nos movimentos
da Lua, portanto, o dia da festa não poderia ser conhecido antes do tempo, uma
vez que dependia do aparecimento da Lua Nova. Tão logo a Lua Nova aparecia, o
shofar era tocado anunciando que a festa tinha chegado: "Tocai a trombeta na lua nova, no tempo
apontado da nossa solenidade." (Sl
81:3) .
O aparecimento da Lua Nova não podia ser calculado com precisão, então se
tornou costume comemorar dois dias em vez de um. Assim, a Festa das
Trombetas é comemorada no primeiro e segundo dia de Tishri para que se
tenha a certeza de que a lua nova apareceria.
A Festa das Trombetas será a
próxima festa que terá seu cumprimento profético. Yom Teru'ah ocorre
no 1º dia da Lua Nova, considerada a noite mais escura do mês, por isso
não era fácil identificá-la, pois sua face escura está voltada para a Terra e
sem acesso ao sol. Segundo a tradição judaica, este dia é referido como o 'tempo
de angústia para Jacó' e o 'Dia da Ira do Senhor'. Um indício
de que o Arrebatamento poderá acontecer em Yom Teru'ah é o fato dela ocorrer na
noite mais escura do mês, onde não era fácil identificar o início da Lua Nova,
precisando de duas testemunhas para a certificação. Portanto ninguém sabia o
dia e a hora do início da Festa das Trombetas até que ela fosse anunciada ao
som de trombetas, conectando-se com o que Jesus disse: "Vigiai, pois,
porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir. (Mt 25:13).
O toque do shofar seria o
símbolo da partida da Igreja deste mundo: "Porque
o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a
trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois
nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens,
a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." (1 Ts 4:16,17)
A tradição rabínica ensina que em Yom Teru'ah é o dia que os
portões dos Céus são abertos, o que se torna um forte argumento para sustentar
que o Arrebatamento ocorrerá por ocasião desta Festa.
“Abri-me as portas da
justiça; entrarei por elas, e louvarei ao SENHOR. Esta é a porta do SENHOR,
pela qual os justos entrarão." (Sl
118:19-20.
Outro indício que esta festa se
refere ao arrebatamento está atrelado à tradição judaica. Era costume judaico que o casamento fosse celebrado
no período da Lua Nova. Os noivos entravam em uma câmara (quarto) e ali
ficavam por sete dias com a porta fechada. Uma clara alusão a Bodas do
Cordeiro por ocasião do Arrebatamento da Igreja (noiva) que ao encontrar Cristo
(noivo) no céu (câmara) ficarão por sete anos (tribulação) com as portas
fechadas (tempo da Graça encerrado).
"Regozijemo-nos, e
alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já
a sua esposa se aprontou." (Ap
19:7).
6 -Expiação
A
palavra 'expiação' significa reconciliar, restaurar, tornar a ser um só,
recomeçar. A necessidade da Expiação surgiu do fato de que os pecados de
Israel, caso não fossem expiados, os deixariam expostos à ira de Deus.
O Dia da Expiação tinha como propósito prover um sacrifício amplo, para
expiar os pecados que porventura não tivessem sido cobertos pelos sacrifícios
oferecidos durante todo o ano que estava chegando ao fim. Dessa maneira, o povo
seria purificado dos seus pecados, afastando a ira de Deus e mantendo sua
comunhão com Ele. São estes os outros nomes pelo qual se chama ao dia de
expiação: Dia de jejum e aflição de alma, O Grande Dia, Grande
Shofar (Shofar HaGadol) e Fechamento dos Portões (Neilah)
É no Yom
Kippur quea grande trombeta, conhecida em hebraico como o "Shofar HaGadol"
é tocada: "E será naquele dia que se tocará uma grande trombeta, e
os que andavam perdidos pela terra da Assíria, e os que foram desterrados para
a terra do Egito, tornarão a vir, e adorarão ao Senhor no monte santo em
Jerusalém." (Is 27:13)
Shofar HaGadol é a última
trombeta do Yom Kippur e, segundo muitos acreditam, significa o fim do período
da GrandeTribulação e a Segunda Vinda de Cristo: "E
ele enviará os seus anjos, e ajuntará os seus escolhidos, desde os quatro
ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu." (Mc 13:27).
Este Shofar HaGadol trará os eleitos de Deus, tanto no céu e na
terra para iniciar o Reino Milenar com Jesus Cristo como Rei. Em Yom Teru'ah, os portões dos Céus
eram abertos e dez dias depois, com o toque do Shofar HaGadol no
encerramento do Yom Kippur, conhecido como Ne'ilah, ocorria o fechamento
dos Portões.
Após o
Arrebatamento e durante a Grande Tribulação haverá um tempo para
arrependimento, porém com muita angústia e aflição de alma. Com o
estabelecimento do governo maligno do Anticristo e os juízos de Deus que
sobrevirão a terra, levarão o povo judeu ao arrependimento, evidenciando assim
o significado profético do Dia da Expiação: o arrependimento e consequente
conversão do povo de Israel. (Ver Dt 30:1-10). O final desses dias culminará no Dia
do Julgamento, onde o Livro da Vida estará selado e os portões dos Céus serão
fechados.
7- Festa das trombetas
Também
chamada de Festa das cabanas ou Sukkot. É a mais importante festa do Senhor. O significado profético desta última festa
aponta para o Reino Milenar de Jesus Cristo. É o governo do Messias sobre as nações da Terra. É a festa que será celebrada no milênio Zc 14:17-18: “E acontecerá que, se
alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor
dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva. E, se a família dos egípcios não
subir, nem vier, não virá sobre ela a chuva; virá sobre eles a praga com que o Senhor ferirá os gentios que não subirem a
celebrar a festa dos tabernáculos.”
O significado profético desta sétima e última
festa apontam para o Leão da Tribo de Judá, o Rei dos reis, o qual, juntamente
com a Igreja e Israel, reinará sobre as nações: “E da sua boca saía
uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de
ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus
Todo-Poderoso. E no manto e na sua coxa
tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores.” (Ap 19:15-16).
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