Seguidores

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Aula 17 - As festas do Senhor - Levítico 23

As Festas do Senhor.   – Levítico 23                                                                                   

Significados proféticos e escatológicos das Sete Festas do Senhor                                                                                           
 
Por trás destas festas há significados profundos e eternos. A Bíblia as chama de festas de Javé, do eterno. Como se tratam de sete festas do Deus Eterno elas devem ter também um significado eterno. As primeiras quatro festas caem na Primavera (Páscoa, Pães Asmos, Primícias e Pentecostes) . Seu significado profético e eterno é claro. Elas tiveram seu cumprimento profético na primeira vinda do Messias de Deus, Jesus.  A realização ocorreu em sua morte, ressurreição, em sua vida sem pecado, no derramamento do Espírito Santo e na formação da Igreja.                                                                                     
Cristo cumpriu as quatro festas comemoradas na Primavera, no tempo exato designado para sua celebração, segundo o calendário judaico. Isso quer dizer que, uma vez que o ciclo de festas da Primavera foi cumprido por Cristo em sua primeira Vinda, também o ciclo de festas do Outono será cumprido, no futuro, com os eventos relacionados à segunda vinda de Jesus.

As três últimas festas ( Trombetas, Expiação e Tabernáculos)  ocorrem no Outono. Seu significado profético se encontra na volta de Jesus nos tempos finais. Fazendo uma retrospectiva das quatro primeiras festas, tudo é claro e ficamos admirados com a exatidão do seu cumprimento. Por isso, podemos esperar a mesma exatidão na realização profética futura das outras três festas.

1 - A Festa da Páscoa  - "Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós" 1 Co 5.7 

Veremos que a primeira festa, a festa da Páscoa, cumpriu-se de maneira maravilhosa em Jesus Cristo. A Páscoa foi instituída na noite em que ocorreu o Êxodo do Egito. A primeira Páscoa foi celebrada na Lua Cheia, no final do dia 14 do mês de Abib, dali em diante deveria ser celebrada anualmente. A festa começa com a morte de um cordeiro como oferta pelo pecado (Ex.12:2,6), no dia 14 do mês de Abib, ou seja, um dia antes dos Pães Asmos (Lv.23:6) e dois dias antes das Primícias (Lv.23:12). O sacrifício da Páscoa era oferecido "no crepúsculo da tarde" (Lv.23:5; Nm.28:4,8). Jesus foi crucificado na hora terceira, ou seja, às 09:00h: "E era a hora terceira, e o crucificaram."  (Mc.15:25). Na hora nona, compreendida entre 15h00h e 18h00h (pôr-do-sol), Jesus rendeu o espírito cumprindo o mesmo período designado para o sacrifício da Páscoa, ou seja, no crepúsculo da tarde: "E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol;  E rasgou-se ao meio o véu do templo. E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou."  Lc.23:44-46

 2 – Festa dos Pães Asmos                                                                                                                                                                     Pão ázimo ou asmo, do hebraico matstsah ou matzah, é um tipo de pão assado sem fermento, feito somente de farinha de trigo (ou de outros cereais como aveia, cevada e centeio) e água.  A Páscoa era celebrada na tarde do dia 14 do mês de Abib, enquanto que a Festa dos Pães Asmos começava no dia 15 de Abib e se estendia por sete dias. Juntas formavam uma Festa dupla.  O pão asmo era de suma importância para o povo de Israel, pois era usado na consagração dos sacerdotes (Ex 29:2/Lv 8:2), na separação dos nazireus (Nm 6:15,17) e na Páscoa. É chamado de Pães da Proposição ou Pão da face ou da presença e significa alimento espiritual. O Pão Asmo não continha fermento porque representava a pureza de Cristo.  Também é o símbolo do verdadeiro Pão da Vida, Jesus Cristo, onde até o local do Seu nascimento era profético, Belém significa “Casa do Pão”.                                                                                                                                     
O aspecto profético da Festa dos Pães Asmos é que ela retrata o sepultamento de Jesus. Assim como a Festa da Páscoa ilustrava a Sua morte na Cruz, assim também a observância dos Pães Asmos ilustrava o Seu sepultamento.

3 – Festa das Primícias
A Festa das Primícias ou o Dia dos Primeiros Frutos (Bikkurim) acontecia no dia seguinte à Festa dos Pães Asmos e era observada apenas um único dia.  Era celebrada no dia 16 de Abib ou Nisã (Março/Abril do nosso calendário) e caía no primeiro dia da sem­ana (domingo). A Festa marcava o início da colheita e seu propósito principal era recon­hecer e agradecer as bênçãos de Deus com as primeiras col­heitas da cevada. A partir desse dia começava o início da contagem dos 50 dias (ou 7 semanas) para a celebração de outra festa: o Pentecoste.

 Jesus morreu no dia que era celebrada a Páscoa e ressuscitou no dia que era celebrada a Festa das Primícias (como primeiro fruto da Ressurreição): "Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem." (1 Co 15:20);  "…Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias dos que dormem" (I Co.15:20); "Cristo é o primogênito de entre os mortos" (Cl.1:18).;  "…sendo o primeiro da ressurreição dos mortos…" (At.26:23).

 4 – Festa de Pentecostes
A Festa das Semanas ou Colheita (Shavuot em hebraico) era comemorada cinquenta dias depois da Festa das Primícias. Por causa desta contagem era também chamada de Pentecoste (em grego:  quinquagésimo dia).
Shavuot é a última Festa comemorada na estação da Primavera e também a última que possui cumprimento profético realizado, já que as três Festas de Outono ainda não se cumpriram profeticamente.
Cinquenta dias após a ressurreição de Cristo, o Espírito Santo veio sobre os apóstolos no dia de Pentecostes e batizou-os.  Shavuot ou Pentecoste foi cumprido com a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos: "E, cumprindo-se o dia de Pentecostes…" (At 2:1)
Em Levítico 23:16 diz que em Shavuot deveria ser feito uma nova oferta de cereais ao Senhor: "…até o dia seguinte ao sétimo sábado, contareis cinqüenta dias; então oferecereis nova oferta de cereais ao Senhor." Jesus já havia sido oferecido ao Senhor nas Primícias, agora em Shavuot uma nova oferta de cereal deveria ser oferecida: a Igreja.

5 – Festa das Trombetas
A Festa das Trombetas ou Yom Teru'ah é comemorada no 1º dia do mês Tishrei, o sétimo mês do calendário bíblico e o primeiro do calendário civil judaico (setembro/outubro no nosso calendário). A festa também pode ser considerada uma celebração da Lua Nova. Os judeus seguiam o calendário lunar, que é baseado nos movimentos da Lua, portanto, o dia da festa não poderia ser conhecido antes do tempo, uma vez que dependia do aparecimento da Lua Nova. Tão logo a Lua Nova aparecia, o shofar era tocado anunciando que a festa tinha chegado: "Tocai a trombeta na lua nova, no tempo apontado da nossa solenidade." (Sl 81:3) . 

O aparecimento da Lua Nova não podia ser calculado com precisão, então se tornou costume comemorar dois dias em vez de um. Assim, a Festa das Trombetas é comemorada no primeiro e segundo dia de Tishri para que se tenha a certeza de que a lua nova apareceria.

A Festa das Trombetas será a próxima festa que terá seu cumprimento profético. Yom Teru'ah ocorre no 1º dia da Lua Nova, considerada a noite mais escura do mês, por isso não era fácil identificá-la, pois sua face escura está voltada para a Terra e sem acesso ao sol. Segundo a tradição judaica, este dia é referido como o 'tempo de angústia para Jacó' e o 'Dia da Ira do Senhor'.  Um indício de que o Arrebatamento poderá acontecer em Yom Teru'ah é o fato dela ocorrer na noite mais escura do mês, onde não era fácil identificar o início da Lua Nova, precisando de duas testemunhas para a certificação. Portanto ninguém sabia o dia e a hora do início da Festa das Trombetas até que ela fosse anunciada ao som de trombetas, conectando-se com o que Jesus disse: "Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir. (Mt 25:13).

 O toque do shofar seria o símbolo da partida da Igreja deste mundo: "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." (1 Ts 4:16,17)

A tradição rabínica ensina que em Yom Teru'ah é o dia que os portões dos Céus são abertos, o que se torna um forte argumento para sustentar que o Arrebatamento ocorrerá por ocasião desta Festa.

“Abri-me as portas da justiça; entrarei por elas, e louvarei ao SENHOR. Esta é a porta do SENHOR, pela qual os justos entrarão." (Sl 118:19-20.

 
Outro indício que esta festa se refere ao arrebatamento está atrelado à tradição judaica. Era costume judaico que o casamento fosse celebrado no período da Lua Nova.  Os noivos entravam em uma câmara (quarto) e ali ficavam por sete dias com a porta fechada.  Uma clara alusão a Bodas do Cordeiro por ocasião do Arrebatamento da Igreja (noiva) que ao encontrar Cristo (noivo) no céu (câmara) ficarão por sete anos (tribulação) com as portas fechadas (tempo da Graça encerrado).

"Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou." (Ap 19:7). 

6 -Expiação                                                                                                                                                                                                A palavra 'expiação' significa reconciliar, restaurar, tornar a ser um só, recomeçar. A necessidade da Expiação surgiu do fato de que os pecados de Israel, caso não fossem expiados, os deixariam expostos à ira de Deus. O Dia da Expiação tinha como propósito prover um sacrifício amplo, para expiar os pecados que porventura não tivessem sido cobertos pelos sacrifícios oferecidos durante todo o ano que estava chegando ao fim. Dessa maneira, o povo seria purificado dos seus pecados, afastando a ira de Deus e mantendo sua comunhão com Ele. São estes os outros nomes pelo qual se chama ao dia de expiação:   Dia de jejum e aflição de alma, O Grande Dia, Grande Shofar (Shofar HaGadol) e  Fechamento dos Portões (Neilah)

É no Yom Kippur quea grande trombeta, conhecida em hebraico como o "Shofar HaGadol" é tocada: "E será naquele dia que se tocará uma grande trombeta, e os que andavam perdidos pela terra da Assíria, e os que foram desterrados para a terra do Egito, tornarão a vir, e adorarão ao Senhor no monte santo em Jerusalém." (Is 27:13)

 Shofar HaGadol é a última trombeta do Yom Kippur e, segundo muitos acreditam, significa o fim do período da GrandeTribulação e a Segunda Vinda de Cristo: "E ele enviará os seus anjos, e ajuntará os seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu." (Mc 13:27).  Este Shofar HaGadol trará os eleitos de Deus, tanto no céu e na terra para iniciar o Reino Milenar com Jesus Cristo como Rei.  Em Yom Teru'ah, os portões dos Céus eram abertos e dez dias depois, com o toque do Shofar HaGadol no encerramento do Yom Kippur, conhecido como Ne'ilah, ocorria o fechamento dos Portões.

Após o Arrebatamento e durante a Grande Tribulação haverá um tempo para arrependimento, porém com muita angústia e aflição de alma. Com o estabelecimento do governo maligno do Anticristo e os juízos de Deus que sobrevirão a terra, levarão o povo judeu ao arrependimento, evidenciando assim o significado profético do Dia da Expiação: o arrependimento e consequente conversão do povo de Israel. (Ver Dt 30:1-10).  O final desses dias culminará no Dia do Julgamento, onde o Livro da Vida estará selado e os portões dos Céus serão fechados.

7- Festa das trombetas                                                                                                                            Também chamada de Festa das cabanas ou Sukkot. É a mais importante festa do Senhor.  O significado profético desta última festa aponta para o Reino Milenar de Jesus Cristo. É o governo do Messias sobre as nações da Terra. É a festa que será celebrada no milênio Zc 14:17-18: “E acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva. E, se a família dos egípcios não subir, nem vier, não virá sobre ela a chuva; virá sobre eles a praga com que o Senhor ferirá os gentios que não subirem a celebrar a festa dos tabernáculos.”

O significado profético desta sétima e última festa apontam para o Leão da Tribo de Judá, o Rei dos reis, o qual, juntamente com a Igreja e Israel, reinará sobre as nações:  “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso. E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores.” (Ap 19:15-16). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário