“E sucedeu que, ouvindo
Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito.” Ne 4:1a.
“Sambalate”.
Ele se apresenta como um opositor do povo de Deus. Ele ataca ferozmente o trabalho de reedificação dos muros de Jerusalém para tentar
retardar a obra. Porém, mesmo com todas as tentativas dos inimigos de
interromper o trabalho de reconstrução dos muros, Neemias e o povo foram
vitoriosos. Para atingir os seus objetivos, Sambalate e companhia recorreram a
cinco estratégias:
Deboche: O versículo
1 diz que Sambalate escarneceu dos judeus. A palavra hebraica tem o
sentido de “ridicularizar”. Ele disse: “O que esse punhado de judeus pobres e fracos pensa que está
fazendo?”, caçoava ele (v. 2).
“O termo fraco significa, nesse caso, ‘mirrado, ‘miserável’”. Sambalate segue um
modelo de oposição que procura diminuir a auto- estima que eles possuíam,
enfraquecer os ânimos e desmoralizá-los. Tobias,
outro opositor da turma de Sambalate, também ridiculariza o trabalho dos
judeus: Que tipo de muralha eles poderão construir? Até mesmo uma raposa
poderia derrubá-la! (v. 4). Pois bem, como Neemias reagiu
diante do deboche? Orou e entregou o problema a Deus, reconhecendo que os
insultos em última instância, eram dirigidos ao Senhor e não a ele próprio ou
ao povo (vv. 4-5). Ele não se desesperou e nem lamentou, pois sabia que
a obra que estava sendo realizada era aprovada pelo Senhor. A zombaria não fez
que os homens deixassem as suas tarefas de lado. Eles continuaram trabalhando
para reconstruir o muro, com ânimo (v. 6).
Conspiração: No versículo
7 notamos uma conspiração que se forma contra os judeus de Jerusalém.
Quatro grupos diferentes se unem para paralisar a obra nos muros de
Jerusalém: Sambalate e Tobias e
os povos da Arábia, Amom e Asdode (...) se reuniram e combinaram que viriam
juntos atacar Jerusalém (v.
7-8a). Os inimigos se enfureceram e planejaram o ataque. Com este
conchavo montado, Jerusalém estava em perigo se, realmente, eles levassem
adiante a proposta de ataque. A cidade seria completamente cercada. Os asdoditas,
da cidade de Asdode, uma das mais importantes da Filístia na época, eram do oeste; Sambalate e os samaritanos,
do norte; Tobias e os amonitas formavam a turma do leste. Os povos
arábios, provavelmente, liderados por Gésem (Ne 2:19), viriam
do Sul.
Então, o ataque viria de todos os lados. “Houve uma conspiração geral contra Judá
(...). Eles ‘lutariam contra Jerusalém’, fazendo cessar à força o absurdo
projeto”.
Agitação: . O versículo 8 diz: “Aí se reuniram e combinaram que viriam juntos atacar Jerusalém e
provocar confusão”. Aí está o que eles queriam: “provocar
revoltas e confusão”. Os opositores queriam fazer nascer um burburinho, no
meio dos judeus. Queriam que eles ficassem agitados com a notícia e perdessem o
foco; afinal, o muro já havia chegado a sua metade (v.6). Para vencer esta
oposição, Neemias e o povo oraram ao Senhor e colocaram guardas contra os
inimigos para se preparem frente ao “anunciado” ataque (v. 9).
Ameaça: As forças
inimigas aumentaram consideravelmente e se fortaleciam ameaçando atacar
Jerusalém. Como não poderiam fazer isto, mudaram a estratégia, e, desta vez, o
povo balançou. Eles ameaçaram o povo, numa tentativa de intimidá-lo. “Disseram,
porém, os nossos inimigos: Nada saberão disto, nem verão, até que entremos no
meio deles e os matemos; assim, faremos cessar a obra.” (v. 11). Diante
de tais ameaças, o povo temeu. As noticias corriam como boatos dos que moravam
próximos aos inimigos, fora de Jerusalém. Eles traziam estes comentários
assustadores e os disseminavam no meio do povo: “E várias vezes os judeus que moravam entre os nossos inimigos vieram
nos avisar dos planos que eles estavam fazendo contra nós.” (v.
12). É interessante observar que boatos sempre objetivam destruir a
coragem e a cooperação. Onde eles se espalham, os servos de Deus ficam
assustados e a obra de Deus pode ser paralisada.
Desânimo: Mesmo com
Neemias e o povo orando e se preparando para um futuro ataque, parece que os
opositores, em parte, conseguiram o que queriam. O povo começou a dar ouvidos
ao que estava sendo dito, aos boatos e às ameaças, e ficou desanimado. Após
algumas tentativas para paralisar a obra (zombaria e ameaça), os inimigos de
Neemias conseguiram fazer com que o povo ficasse desanimado (v.10). Qual foi a reação de Neemias, diante dessa
situação? Neemias enfrenta tal problema repreendendo os judeus (“Não os
temais”), animando o seu povo (“Lembrai-vos do Senhor”) e dando a
eles uma motivação (“pelejai pelas vossas famílias”). É dada a ordem
para que cada homem defenda a sua família, empunhando as armas de defesa e de
combate (v. 13-14). Da mesma forma,
os olhos do povo deveriam estar voltados não para o inimigo, mas para o
Senhor, “grande e temível”. Neemias tinha a certeza de que, se
houvesse batalha, Deus pelejaria pelo povo (v. 20). Depois disso, os inimigos (...) compreenderam que Deus havia
atrapalhado os seus planos. Então todos nós voltamos para o nosso trabalho na
reconstrução das muralhas (v.
15).
Após 52 dias e depois de tantas investidas dos inimigos, o muro ficou pronto.
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