“No dia seguinte, quando saíram de Betânia,
Jesus teve fome. E vendo de longe uma figueira com folhas, foi ver se nela,
porventura, acharia alguma coisa. Aproximando-se dela, nada achou, senão
folhas; porque não era tempo de figos. Então, lhe disse Jesus: Nunca jamais
coma alguém fruto de ti! E seus discípulos ouviram isto. E, passando pela
manhã, viram que a figueira secara desde a raiz.”
Marcos 11:12-20
A figueira é um tipo de
árvore bastante comum na Palestina. Essa árvore tem uma característica bastante
peculiar – os seus frutos aparecem antes das folhas. Sendo assim, seria
razoável que ao se deparar com essa figueira repleta de folhas Jesus encontrasse
nela frutos.
A figueira infrutífera, mas
com muitas folhas era um engodo, um engano, uma mentira. Ela atraia aqueles que
tinham fome, mas não os alimentava. Aqueles que se achegavam a ela podiam no
máximo desfrutar de sua sombra.
Sombras representam
sistemas religiosos, filosofias e todo tipo de coisa que se usa como uma capa e
se baseiam em aparência, reputação, posição social, status e até fama, mas não
podem alimentar, saciar e nutrir. É necessário que se produza frutos. Uma
árvore é conhecida pelos seus frutos e não apenas pela sua aparência.
Jesus não julgou a
figueira baseado em sua aparência, mas sim em sua essência. Jesus condenou e
amaldiçoou a figueira porque na prática ela já era uma maldição.
Se professo ter fé e não a
vivo, se pareço amar, mas odeio de forma velada, se incentivo, mas interiormente
conspiro o fracasso alheio, se valorizo mais o ter do que o ser, sou como a figueira estéril cheia de folhas e
sem fruto algum. Sou um fariseu hipócrita que alardeia virtudes incompatíveis
com minha natureza - sou uma mentira, uma maldição.
É necessário que a
figueira da religiosidade e do engano morra para que uma nova árvore cheia de
frutos e verdade renasça.
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