A história de Israel no Antigo Testamento espelha a vida da Igreja de Cristo. Isto é explicado pelo apóstolo Paulo em I Coríntios 10. Assim, a história de Israel tem uma relação direta com a vida do novo Israel, a Igreja de Jesus Cristo. A Páscoa, a libertação de Israel do Egito, de forma sobrenatural, mediante o sacrifício de um cordeiro e da aspersão de seu sangue para livrar os primogênitos da morte (Ex 12), espelha a nossa conversão. Cada um de nós foi liberto do Egito, que é o mundo sem Deus, mediante a fé em Jesus Cristo. A passagem de Israel pelo Mar Vermelho está relacionada ao nosso batismo nas águas.
Depois da libertação da escravidão e do batismo nas águas do Mar Vermelho, Israel foi levado para o deserto. Jesus, após seu batismo no rio Jordão, foi levado pelo Espírito ao deserto para ali ficar durante quarenta dias, sendo tentado (Mt 4:1). Nós também enfrentamos o deserto – que é o lugar de sermos curados pelo Senhor, de sermos instruídos nas Escrituras, vencermos as tentações e de recebermos o poder do Espírito Santo.
Mara, o lugar das águas amargas, simboliza o deserto onde muitos crentes estacionam. Foi em Mara que o Senhor declarou sua intenção de curar os Israelitas de todas as enfermidades que haviam sido enviadas ao Egito (Ex 15:22-27). O próprio Senhor declarou em Mara: Eu Sou o Senhor que os cura (v. 26). Assim como as águas de Mara foram purificadas pela ação do madeiro (v. 25), a árvore que Deus mandou Moisés lançar sobre as águas, em Jesus Cristo está a cura absoluta para os crentes estacionados em Mara.
Crentes que vivem em Mara são estéreis. Somente são capazes de reproduzir amargura, ressentimento, murmuração – vivem sob influência dos resquícios do Egito. O primeiro milagre realizado pelo profeta Eliseu foi tornar as águas de Jericó próprias para o consumo. Os habitantes de Jericó disseram ao profeta que a cidade era bem localizada, porém suas águas impróprias impediam a terra de ser produtiva (II Reis 2:19-22). Você pode estar bem localizado numa Igreja, mas ainda assim ser infrutífero, se sua vida é semelhante a um poço de Mara.
O Senhor Jesus participou da Festa dos Tabernáculos, em João 7, e em seu derradeiro dia ministrou uma Palavra poderosa: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Ele estava se referindo ao Espírito, que mais tarde receberiam os que nele cressem (v. 37). Esta é a cura que o Senhor deseja efetuar em seu povo e que resultará na transformação das águas amargas em rios de vida. O agente para esta cura é o próprio Espírito Santo.
De Mara o Senhor guiou seu povo para Elim. A Bíblia conta que em Elim havia doze fontes de águas potáveis e setenta palmeiras (Ex 15:27). O número doze representa a organização, estrutura e governo estabelecidos por Deus. Setenta, pressupõe abrangência, extensão, amplitude – o Senhor quer Sua Igreja estruturada, organizada e operante, com um ministério que abranja multidões. Este é um tempo de cura, onde o Espírito está removendo a amargura e a esterilidade. Você está sendo tornado por Ele numa fonte de águas vivas. Aleluia!
Por Paulo Rogério Petrizi
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