A palavra
“evangelho” nunca é usada no Novo Testamento para designar um livro, mas é
sempre usada com o sentido exclusivo de “boas novas” ou “boas
notícias”. Existe, na realidade, somente um Evangelho e quatro apresentações do
mesmo. É por isso que em nossas Bíblias se lê: O Evangelho segundo Mateus,
Marcos, Lucas e João. Os quatro Evangelhos apresentam quatro retratos de um
Cristo só, e o valor deles se encontra na harmonia dos relatos que os quatro
dão ao Messias.
Por que quatro
Evangelhos?
É provável
que nenhum Evangelho pudesse sozinho apresentar a plenitude e a glória da
Pessoa e da Obra de Cristo. Além disse, há o princípio bíblico da confirmação:
os ensinos de Jesus precisam ter mais de uma testemunha, para provar sua veracidade.
. Mateus - Apresenta Jesus como o Messias; foi escrito para
os Judeus. . Marcos - Apresenta Jesus como
Conquistador e Servo; foi escrito para os Romanos. . Lucas - Apresenta Jesus como Homem;
foi escrito para os Gregos. . João - Apresenta Jesus como Deus; foi
escrito para a Igreja.
Um retrato
completo de Cristo
Já no
segundo século, os pais da Igreja observavam uma profunda relação entre os quatro
Evangelhos e os querubins das visões de Ezequiel e do Apocalipse:
“Há diante
do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do
trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e
por detrás. O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo,
semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem,
e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está
voando”; Ap
4:6, 7.
“A forma de
seus rostos era como o de homem; à direita os quatro tinham rosto
de leão; à esquerda, rosto de boi; e também rosto
de águia todos os quatro”; Ez 1:10.
A simbologia
é que Mateus apresenta Cristo como o Messias dos judeus, o Leão da
Tribo de Judá; Marcos, como o Servo, simbolizado pelo boi (novilho
ou bezerro), o servo por excelência do homem; Lucas, como Filho do
Homem, simbolizado pelo animal com o rosto de homem; e João, como o Filho
de Deus, simbolizado pela águia voando nas alturas. Esta compreensão já existia
desde os primórdios da Igreja Primitiva.
O Tabernáculo de
Moisés é uma revelação de Jesus. Deus mandou usar na construção do Tabernáculo
quatro cores que vão de encontro aos Evangelhos.
Azul - Jesus, o Filho de Deus. Onde ele
está apresentado como filho de Deus? Em
João.
Púrpura – Jesus, O Rei. Onde
está isto? Em Mateus. Escarlate
– Jesus, O Salvador, onde está? Em
Lucas.
Linho fino – Jesus, o Homem Perfeito, onde está? Em Marcos.
Gênesis
2:10-14: “Um rio saía
de Éden para regar o jardim e de lá se dividia formando quatro braços. O
primeiro chama-se Pison; rodeia toda
a terra de Hévila, onde há ouro; é puro o ouro dessa terra na qual se encontram
o bdélio e a pedra de ônix. O segundo rio chama-se Gion: rodeia toda a terra de Cuch. O terceiro rio se chama Tigre: corre pelo oriente da Assíria. O
quarto rio é o Eufrates”.
Pisom = que flui (Espírito Santo) – Havilá = ouro (divindade) :
Evangelho de João.
Giom = turbulência (poder) – Cuxe (Egito) escravidão (pecado) = servidão bdélio (pérola vegetal) sofrimento: Evangelho de Marcos.
Tigre = rápido, poderoso – Assíria = impérios, reinado (Rei): Evangelho de Mateus.
Eufrates = dócil, fértil (homem perfeito) : Evangelho de Lucas.
Giom = turbulência (poder) – Cuxe (Egito) escravidão (pecado) = servidão bdélio (pérola vegetal) sofrimento: Evangelho de Marcos.
Tigre = rápido, poderoso – Assíria = impérios, reinado (Rei): Evangelho de Mateus.
Eufrates = dócil, fértil (homem perfeito) : Evangelho de Lucas.
Pisom – Plenitude
Giom – Que vem do Oriente
Tigre – Estreito, rápido
Eufrates – Dispersão ou flor
Os três primeiros evangelhos são chamados
de sinóticos, apresentam uma perspectiva comum devido ao alto grau de
semelhanças entre Mateus, Marcos e Lucas em suas apresentações do ministério de
Jesus. . Esses três evangelhos são mais movimentados, descrevendo muitos
acontecimentos, maior número de sinais, milagres e pregações. Por sua vez, João
é mais intimista, mais contemplativo trazendo maiores diálogos.
O Evangelho de João
Embora
o quarto Evangelho em parte alguma dê definitivamente o nome de seu escritor,
pouca dúvida existe de que João, “o
discípulo amado”, foi o seu
autor. O nome de seu pai era Zebedeu (Mt. 4:21) , sua mãe parece que foi
Salomé (Mt. 27:56; Mc. 15:40) a qual, comparando-se com (João
19:25), é possível que fosse irmã de Maria, mãe de Jesus. Se assim foi
então João era primo em primeiro grau de Jesus, e sendo de quase a mesma idade,
deve tê-lo conhecido desde a infância. Jesus deu-lhe o sobrenome de “filho
do trovão”, Mc. 3:17, o que parece implicar ter ele um temperamento
explosivo, mas conseguiu dominar-se.
O propósito do Evangelho segundo João é descrito na
passagem: “Na verdade fez Jesus diante dos discípulos fez muitos outros
sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para
que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais
vida em seu nome”; 20:30, 31. A palavra CRER aparece 98 vezes em João, mais do que em todos os outros
Evangelhos juntos.
Há algumas outras características marcantes do
Evangelho de João:
- Evangelho da Universalidade: João não se
preocupa com a genealogia de Jesus, começa apresentando-O como o Verbo de Deus.
Apresenta, portanto, um Cristo universal. Sua linguagem também é universal:
fala de luz e trevas; crença e descrença; água da vida, etc.
Evangelho do Amor: É o Evangelho que
descreve Deus como sendo AMOR, tema desenvolvido, principalmente, em sua
primeira carta.
Evangelho das Festas Fixas: João apresenta
Jesus trazendo seus principais ensinamentos e fazendo seus principais sinais,
durante as Festas Judaicas:
- Páscoa, 2:23 (cap. 3 (tirando o fermento da casa do
Pai; conversão de Nicodemos; conversão dos Samaritanos – Jesus a água viva);
- Uma outra festa, 4:45; -
Uma outra festa dos judeus, 5:1;
-
Outra Páscoa (marcando o segundo ano do ministério de Jesus), 6:4.
Multiplicação dos pães. Jesus é apresentado como o Pão da Vida.
-
Festa dos Tabernáculos, cap. 7 e 8. Jesus é a Fonte das Águas e a
Luz da Vida.
- Festa da Páscoa, caps. 12 em diante. Última Páscoa de
Jesus com Seus discípulos. Sua crucificação.
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