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sexta-feira, 18 de junho de 2010

O tabernáculo e o sal

É útil estudar sobre o tabernáculo para aprender mais da nossa Salvação por Cristo. A lei (o Pentateuco) tem “a sombra dos bens futuros” (a Pessoa e Obra de Cristo) e conhecendo essas sombras perceberemos melhor o Real (Hebreus 10.1). Por isso convém estudar o que diz a Bíblia do tabernáculo. Geralmente não se pensa neste mineral sendo usado no Tabernáculo, mas sal foi usado tanto que houve uma sala no templo permanente somente para guardar o sal (Levítico 2.13). E, como temos percebido tudo no tabernáculo representa Cristo sendo o meio pelo qual o pecador chega-se a Deus, o sal nos ensinará de Cristo e da vida cristã. Antes de um estudo sobre como o sal representa Cristo será edificante abrir o assunto familiarizando-nos com todos os usos de sal na Palavra de Deus. Estes usos revelam que sal é usado tanto literalmente quanto simbolicamente.
O primeiro uso de sal na Bíblia é o caso da esposa de Ló sendo transformada numa estátua de sal (Gênesis 19.26). O segundo uso é parte da cerimônia em ofertar (Levítico 2.13 que rege o uso de sal “em todas as tuas ofertas” no tabernáculo ou no templo; Ezequiel 43.24; Marcos 9.49, “Porque cada um será salgado com fogo, e cada sacrifício será salgado com sal”). Levítico 2.13 também menciona o uso de sal para firmar alianças (Números 18.19, “por estatuto perpétuo; aliança perpétua de sal perante o SENHOR é, para ti e para a tua descendência contigo”; II Crônicas 13.5). Um terceiro uso é do sal para usos medicinais (Ezequiel 16.4, “E, quanto ao teu nascimento, no dia em que nasceste não te foi cortado o umbigo, nem foste lavado com água para te limpar; nem tampouco foste esfregado com sal, nem envolta em faixas” que refere à prática de, com sal numa solução de água, esfregar o recém-nascido para limpar e secar fazendo que a criancinha seja protegida de bactérias e que a sua pele seja firmada. Ezequiel 16.4; II Reis 2.20).
Um outro uso de sal na Bíblia está no contexto de guerra (Deuteronômio 29.23; Juizes 9.45; Jeremias. 17.6). As Escrituras também relatam o uso de sal no contexto agrícola (Isaías 30.24. o vocábulo “grão puro” refere à adição de sal no cereal para enriquecer a nutrição dos animais). As Escrituras incluem o uso de sal no assunto da culinária (Jó 6.6, “Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo?”). As qualidades de sal devem influenciar a nossa palavra (Colossenses 4.6) e as nossas vidas (Mateus 5.13; Marcos 9.50). Para entender estes usos de sal simbolicamente devemos entender quais são as qualidades de sal.
Primeiramente devemos entender que sal é bom (Marcos 9.50, “Bom é o sal”; Lucas 14.34). Sal também é necessário para os holocaustos ao Deus dos céus (Esdras 6.9). Conservação é uma propriedade de sal que geralmente é mais conhecida. Essa qualidade do sal conserva algo de putrificar, ou preservar algo de mudar . Sal tem a qualidade de trazer um melhor sabor à alimentação (Jó 6.6). Pode também higienizar ou esterilizar (a terra - Deuteronômio 29.23, “E toda a sua terra abrasada com enxofre, e sal de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma”; Juizes 9.45; Jeremias. 17.6; para a saúde - Ezequiel 16.4; II Reis 2.20-22). Nos costumes do oriente, participar do sal do outro era boa hospitalidade e promovia boa comunhão (Números 18.19). Freqüentemente temos o aviso que as nossas vidas devem ter as qualidades boas de sal, pois o sal insípido não é proveitoso para nada (Mateus 5.13; Marcos 9.50; Lucas 14.34). O sal comum não pode tornar insípido, mas o sal para o uso agrícola pode. Com a umidade, os minerais do sal para agrícola se perdem. Se o sal estocado para a agricultura não tenha esses minerais, é sem utilidade nenhuma. Mas, tendo os minerais, é proveitoso para adubar a terra. Esse tipo de sal deve ser aquele referido na afirmação “somos o sal da terra”. Também deve ser um sal desse tipo, pois esse tipo de sal (agrícola) pode perder a sua salgadura. Conhecendo as qualidades de sal podemos entender melhor o porquê do uso de sal, literalmente ou simbolicamente pela Bíblia. Quando diz que é bom o sal, o contexto refere–se às qualidades boas do sal (conservação e o impedimento de putrificar aquilo a que o sal é aplicado; comunhão amigável e boa hospitalidade, a melhora do sabor da comida, a limpeza daquilo que o sal é aplicado e a verdadeira importância de se manter as suas qualidades boas).
Entendendo o significado do sal podemos aprender muito sobre a proibição: “Não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus” e o mandamento: “em todas as tuas ofertas oferecerás sal” (Levítico 2:13). A aliança que Deus lembra neste versículo é àquela que foi confirmada com sal com os sacerdotes (Números 25.12, 13). Quando o povo dava as ofertas e, quando os sacerdotes receberam tais ofertas, o sal junto às ofertas significava que Deus lembrava a Sua aliança do sacerdócio perpétuo. Também lembrava os sacerdotes da benignidade de Deus de estabelecer tal aliança de paz com eles. O sal junto de todas as ofertas pode significar que o sacrifício de Cristo é perpétuo, a sua eficácia sendo impossível de mudar (Romanos 8.31-39). A aliança que O Pai fez com Cristo, como nosso grande e sumo sacerdote, é preservada para sempre e nos incentiva a vivermos vidas santas (II Coríntios 5.18-21; Hebreus 4.14-16).
Cristo é o sacrifício com sal para o pecador ser salvo. O sacrifício de Cristo é um sacrifício de amor, de Cristo para com o Pai e para com os Seus eleitos (João 13.1; Hebreus 12.2). É também um sacrifício que limpa completamente o coração da sua corrupção (I Pedro 1.18,19) e remove toda a sua condenação (João 3.16,36; Romanos 5.1). A preservação do pecador arrependido que confia em Cristo também é entendida pelo uso de sal com o sacrifício, pois a segurança e vida eterna vêm por Cristo (João 10.27,28; Filipenses. 1.6). O pecador que se esconda no sacrifício de Cristo é protegido de não putrificar nunca (João 6.27). Aquele que pela fé tem aplicado o sacrifício de Cristo à sua situação de condenação tem comunhão aberta com Deus (Apocalipse 3.20; João 10.9).
Quando a Bíblia exorta-nos a ter sal na palavra (Colossenses. 4.6) ou nas nossas vidas (Marcos 9.49,50) o ensino é para nos restringirmos àquilo que preserva boas maneiras, morais e virtudes na sociedade e relacionamentos. Devemos trazer à nossa vida as belezas graciosas de Cristo para que outros vejam a nossa nova natureza por Cristo, e glorificarem a Deus (Mateus 5.16). Devemos ser vigilantes para não deixar as influências do mundo extrair de nós essas belas qualidades virtuosas de ser um cristão. De outra maneira não prestamos para nada!
Se você quer ser um sacrifício vivo para Deus, tenha sal nas suas ofertas a Deus. Seja aquela influência saborosa e virtuosa que aponta a Cristo e que condena o mundo das suas más comunicações. Seja aquela testemunha que honra a casa de Deus com a sua presença, o seu ganho, a sua família e a sua adoração reverente. Assim sendo, será como Cristo, o sacrifício com sal.

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