“Pois estou como odre na fumaça;
contudo não me esqueço dos teus estatutos” Sl
119:83.
Odres são vasilhas feitas de couro de animal, geralmente pele de cabra ou ovelha e são muito utilizados pelos orientais para armazenarem água, vinho, leite e azeite. Quando se tornam velhos e perdem sua elasticidade, os odres são pendurados nos telhados ou paredes das humildes casas desses camponeses e, quando o fogo é acesso nessas casas, por falta de chaminés, o ambiente se enche de fumaça, que envolve os odres, tornando-os escuros, encolhidos e ressecados. Depois de secos, só servem para a confecção de sandálias, cintos, e bolsas, não mais sendo possível a sua utilização para o armazenamento de alimentos.
Aqui Davi sentia seu corpo encolhido e ressecado
pela fumaça dos longos anos de vida, o cansaço natural da idade, as sequelas
das batalhas, os traumas e lembranças amargas experimentadas ao longo de sua
vida. Sentia-se
inútil, incapaz de externar alegria, consolo, conforto, ou qualquer sentimento
virtuoso a alguém – comparava-se a um odre encolhido e ressecado.
Relutante em se entregar a esse sentimento declarou
que ainda trazia em suas lembranças as palavras, promessas e estatutos de Deus;
que ainda se deleitava e encontrava refrigério nesses decretos. Em outras
palavras, ele reafirmava que a despeito do momento que vivia, era portador da
confiança, da esperança e da vida que flui dos decretos divinos.
Odres
possuem utilidade única – armazenar líquidos. Da mesma forma somos nós, criados
por Deus com o proposito de carregar o leite (alimento), o vinho (alegria), o
óleo (cura) e a agua (Palavra de vida).
Que a fumaça dos problemas, decepções e até
frustrações que experimentamos ao longo da estrada não tire de nós a fé, o amor
e esperança naquele que nos fez para espalharmos vida abundante a todo aquele
que nos rodeia.
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