“Ao
cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela que havia feito na arca; soltou um CORVO que, saindo, ia e
voltava até que as águas se secaram de sobre a terra. Depois soltou uma POMBA,
para ver se as águas tinham minguado de sobre a face da terra; mas a pomba não
achou onde pousar a planta do pé, e voltou a ele para a arca; porque as águas
ainda estavam sobre a face de toda a terra; e Noé, estendendo a mão, tomou-a e
a recolheu consigo na arca. Esperou ainda outros sete dias, e tornou a soltar a
pomba fora da arca. A tardinha a pomba voltou para ele, e eis no seu bico
uma folha verde de oliveira; assim soube Noé que as águas tinham minguado de
sobre a terra. Então esperou ainda outros sete dias, e soltou a pomba; e
esta não tornou mais a ele”. Gênesis 8:6-12
Após o advento do dilúvio, Noé e todos aqueles que se
encontravam no interior da arca nutriam expectativas quanto ao futuro. Qual
seria o cenário que encontrariam do lado de fora da embarcação – devastação,
caos, desordem, algum sinal de vida, de esperança ou futuro?
Do interior da arca Noé lança mão dos recursos que
dispõe para investigar a situação que os cerca e assim definir as próximas
ações em busca de um novo começo. Em seus domínios dispõem de um CORVO e de um POMBO,
ambos, aves usados desde os primórdios como aves mensageiras em muitas
situações e circunstâncias. No entanto, as semelhanças entre essas aves terminam aí.
CORVOS são aves de rapina, geralmente agressivos, que se
alimentam principalmente do que é morto, do que é podre, de carniça e todo tipo
de lixo. São tidos como símbolo de desgraça, mau presságio e morte.
Os POMBOS são essencialmente herbívoros, geralmente dóceis e
de boa convivência com o homem e simbolizam paz, fartura e esperança.
Não
foi equivocada a escolha de Noé em enviar primeiro um CORVO e só depois uma
pomba para avaliar o estado da Terra pós-dilúvio. Ele esperava um cenário de
destruição, onde muitos cadáveres estariam boiando nas águas e só depois algum
indício de terra seca onde a Arca pudesse pousar.
Da
mesma forma, nós podemos agir como corvos ou pombos. Indubitavelmente
transmitimos adiante aquilo que nos alimenta. Se for a reclamação, a murmuração,
o ódio, a mágoa e o ressentimento, exalaremos o hálito fétido da ingratidão, da
violência, da revolta e desamor. Nosso “modo
operandis” será sempre a fofoca, a contenda, a inconveniência deliberada nas
nossas relações e a sensação de completo abandono e rejeição.
Se
apreciarmos o que é puro, honesto, belo e de valor, seremos agentes da beleza,
da paz, do amor, da esperança e da cura. O nosso proceder trará consolo,
conforto, quietude na alma e abrirá caminhos de fé, coragem e virtudes.
Quem é
você? Um corvo ou um pombo? Você se alimenta do que? Você transmite o que?
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