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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Aula 34 - Os quatro Evangelhos

A palavra “evangelho” nunca é usada no Novo Testamento para designar um livro, mas é sempre usada com o sentido exclusivo de “boas novas” ou “boas notícias”. Existe, na realidade, somente um Evangelho e quatro apresentações do mesmo. É por isso que em nossas Bíblias se lê: O Evangelho segundo Mateus, Marcos, Lucas e João. Os quatro Evangelhos apresentam quatro retratos de um Cristo só, e o valor deles se encontra na harmonia dos relatos que os quatro dão ao Messias.
Por que quatro Evangelhos?
É provável que nenhum Evangelho pudesse sozinho apresentar a plenitude e a glória da Pessoa e da Obra de Cristo. Além disse, há o princípio bíblico da confirmação: os ensinos de Jesus precisam ter mais de uma testemunha, para provar sua veracidade.
. Mateus - Apresenta Jesus como o Messias; foi escrito para os Judeus.                                                                    . Marcos - Apresenta Jesus como Conquistador e Servo; foi escrito para os Romanos.                                                    . Lucas - Apresenta Jesus como Homem; foi escrito para os Gregos.                                                                                . João - Apresenta Jesus como Deus; foi escrito para a Igreja.
Um retrato completo de Cristo
Já no segundo século, os pais da Igreja observavam uma profunda relação entre os quatro Evangelhos e os querubins das visões de Ezequiel e do Apocalipse:
“Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás. O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando”; Ap 4:6, 7.
“A forma de seus rostos era como o de homem; à direita os quatro tinham rosto de leão; à esquerda, rosto de boi; e também rosto de águia todos os quatro”Ez 1:10.
A simbologia é que Mateus apresenta Cristo como o Messias dos judeus, o Leão da Tribo de Judá; Marcos, como o Servo, simbolizado pelo boi (novilho ou bezerro), o servo por excelência do homem; Lucas, como Filho do Homem, simbolizado pelo animal com o rosto de homem; e João, como o Filho de Deus, simbolizado pela águia voando nas alturas. Esta compreensão já existia desde os primórdios da Igreja Primitiva.
O Tabernáculo de Moisés é uma revelação de Jesus. Deus mandou usar na construção do Tabernáculo quatro cores que vão de encontro aos Evangelhos.
Azul - Jesus, o Filho de Deus. Onde ele está apresentado como filho de Deus? Em João.                                   Púrpura – Jesus, O Rei. Onde está isto? Em Mateus.                                                                                                           Escarlate  – Jesus, O Salvador, onde está? Em Lucas.                                                                                                                     Linho fino – Jesus, o Homem Perfeito, onde está? Em Marcos.
Gênesis 2:10-14: “Um rio saía de Éden para regar o jardim e de lá se dividia formando quatro braços. O primeiro chama-se Pison; rodeia toda a terra de Hévila, onde há ouro; é puro o ouro dessa terra na qual se encontram o bdélio e a pedra de ônix. O segundo rio chama-se Gion: rodeia toda a terra de Cuch. O terceiro rio se chama Tigre: corre pelo oriente da Assíria. O quarto rio é o Eufrates”.                                                                                                                                    

Pisom = que flui (Espírito Santo) – Havilá = ouro (divindade) : Evangelho de João.
Giom = turbulência (poder) – Cuxe (Egito) escravidão (pecado) = servidão bdélio (pérola vegetal) sofrimento: Evangelho de Marcos.
Tigre = rápido, poderoso – Assíria = impérios, reinado (Rei): Evangelho de Mateus.
Eufrates = dócil, fértil (homem perfeito) : Evangelho de Lucas.

Pisom – Plenitude
Giom – Que vem do Oriente
Tigre – Estreito, rápido
Eufrates – Dispersão ou flor

Os três primeiros evangelhos são chamados de sinóticos, apresentam uma perspectiva comum devido ao alto grau de semelhanças entre Mateus, Marcos e Lucas em suas apresentações do ministério de Jesus. . Esses três evangelhos são mais movimentados, descrevendo muitos acontecimentos, maior número de sinais, milagres e pregações. Por sua vez, João é mais intimista, mais contemplativo trazendo maiores diálogos.
O Evangelho de João
Embora o quarto Evangelho em parte alguma dê definitivamente o nome de seu escritor, pouca dúvida existe de que João, “o discípulo amado”, foi o seu autor. O nome de seu pai era Zebedeu (Mt. 4:21) , sua mãe parece que foi Salomé (Mt. 27:56; Mc. 15:40) a qual, comparando-se com (João 19:25), é possível que fosse irmã de Maria, mãe de Jesus. Se assim foi então João era primo em primeiro grau de Jesus, e sendo de quase a mesma idade, deve tê-lo conhecido desde a infância. Jesus deu-lhe o sobrenome de “filho do trovão”, Mc. 3:17, o que parece implicar ter ele um temperamento explosivo, mas conseguiu dominar-se.
O propósito do Evangelho segundo João é descrito na passagem: “Na verdade fez Jesus diante dos discípulos fez muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”20:30, 31. A palavra CRER aparece 98 vezes em João, mais do que em todos os outros Evangelhos juntos.

Há algumas outras características marcantes do Evangelho de João:
- Evangelho da Universalidade: João não se preocupa com a genealogia de Jesus, começa apresentando-O como o Verbo de Deus. Apresenta, portanto, um Cristo universal. Sua linguagem também é universal: fala de luz e trevas; crença e descrença; água da vida, etc.
Evangelho do Amor: É o Evangelho que descreve Deus como sendo AMOR, tema desenvolvido, principalmente, em sua primeira carta.
Evangelho das Festas Fixas: João apresenta Jesus trazendo seus principais ensinamentos e fazendo seus principais sinais, durante as Festas Judaicas:                                                                                                             - Páscoa, 2:23 (cap. 3 (tirando o fermento da casa do Pai; conversão de Nicodemos; conversão dos Samaritanos – Jesus a água viva);                                                                                                                                         - Uma outra festa, 4:45;                                                                                                                                                          - Uma outra festa dos judeus, 5:1;                                                                                                                                            - Outra Páscoa (marcando o segundo ano do ministério de Jesus), 6:4. Multiplicação dos pães. Jesus é apresentado como o Pão da Vida.                                                                                                                                  - Festa dos Tabernáculos, cap. 7 e 8. Jesus é a Fonte das Águas e a Luz da Vida.                                                                        - Festa da Páscoa, caps. 12 em diante. Última Páscoa de Jesus com Seus discípulos. Sua crucificação.


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