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segunda-feira, 2 de março de 2015

Aula 37 - Escola Bíblica - O livro de Atos dos Apóstolos


O livro de atos dos apóstolos ou Atos do Espírito Santo através dos apóstolos

1.      Título do livro: O título do livro de “Atos dos Apóstolos” tal como o conhecemos não fazia parte do livro original, mas sim foi lhe dado depois do ano 200 da era cristã. O Evangelho de Lucas e Os Atos,   são dois volumes de uma só obra. Isso fica claro comparando Lc 1.1-4 com At 1.1-4. 

2.      Tema do livro: O livro dos Atos contém a história do estabelecimento e desenvolvimento da igreja cristã, e da proclamação do evangelho ao mundo então conhecido na época (At 1.8).

3.    Palavras chaves de Atos: “Ascensão”, “descida” e  “expansão”.

4.      Escritor do livro:
a)      Pistas para descobrir o escritor: Considerando a dedicatória do livro a Teófilo (At 1:1; comparemos com Lc 1:3), a referência a um tratado anterior (1:1), o seu estilo, o fato de o autor ter sido companheiro de Paulo, o que fica muito claro por estarem certas partes do livro escritas na primeira pessoa do plural (“nós”), e ter acompanhado Paulo à Roma (At 27:1; comparemos com Cl 4:14; Fm 24; 2 Tm 4:11), chegamos a conclusão que o livro de Atos foi escrito por Lucas. A impressão que se dá é que ele teria usado o diário de viagem como fonte de material.

b)      Quem foi Lucas? Pouco se sabe dele. Seu nome é mencionado só três vezes no NT . Paulo chama-o de “médico amado”. O único escritor da Bíblia que não era judeu. A tradição e os estudiosos dizem que Lucas era homem de cultura e erudição científica, versado nos clássicos hebraicos e gregos. É possível que tivesse estudado medicina na Universidade de Atenas.

c)      Relação de Lucas com Paulo: Ficou em Filipos até à volta de Paulo, seis ou sete anos depois, At 16:40 (“dirigiram-se”), quando tornou a se juntar a ele, 20:6 (“navegamos”) e com ele ficou até o fim, possivelmente até a morte de Paulo em Roma.

5.    Para quem Atos foi escrito: Foi escrito particularmente a Teófilo, um nobre cristão, mas de um modo geral a toda a igreja.

6.    Propósitos do livro de Atos:
a)      Propósito Informativo/ Evangelístico: Lucas queria informar ao excelentíssimo Teófilo sobre como o evangelho se propagou desde de Jerusalém a Roma. Teófilo já havia recebido alguma informação a respeito da fé cristã, e foi para lhe fornecer uma explicação mais precisa de sua fidedignidade que Lucas, em primeiro lugar, escreveu a história inicial do Cristianismo, começando do nascimento de João Batista e de Jesus até o fim dos dois anos de prisão de prisão de Paulo em Roma (cerca de 61 a. D.). Atos trata principalmente dos atos de Pedro e de Paulo, mais deste último.

b- Propósito Apologético: O livro mostra principalmente como o evangelho se estendeu aos não judeus (os gentios). O A. T. é a história das relações de Deus, desde os tempos antigos, com a nação judaica, que tinha a função de abençoar as outras nações. É no livro de Atos que a família de Deus deixa de ser uma questão nacional e passa a ter um sentido universal (intenção divina em At 2:7-11). Assim, o escritor defende veementemente que o Cristianismo não é um ramo herético do judaísmo, mas antes, uma elevação e melhoria do judaísmo, com raízes profundas no mesmo, mas retendo apenas os elementos nobres e úteis, ficando rejeitados todos os seus males, especialmente a apostasia para a qual havia decaído, como também o seu escopo provincial.

c)      Propósito Político: Mostrar aos líderes romanos que o cristianismo não deveria ser temido e perseguido, como ameaça ou movimento traiçoeiro ao estado romano; pelo contrário, que era digno da proteção romana, com permissão de funcionar livremente, tal como o judaísmo havia obtido de seus conquistadores militares. Por este motivo é que o livro de Atos apresenta os oficiais romanos como ordinariamente favoráveis aos movimentos dos missionários cristãos. Embora Lucas houvesse escrito após Paulo haver sido martirizado, e a perseguição de Roma contra os cristãos já houvesse começado, ele não ignora e nem põe em perigo o seu propósito apologético encerrando o seu livro numa atitude negativa, a saber, narrando a execução do maior advogado do cristianismo às mãos das autoridades romanas. (Ver Atos 18:12-17, onde se expõe a idéia da proteção do cristianismo, pelas autoridades romanas, tal como o judaísmo já vinha sendo protegido pelas leis do império). Lucas, portanto, quis mostrar que os levantes e as perturbações de ordem pública que seguiam na cauda do movimento dos missionários cristãos resultavam das perseguições efetuadas pelos judeus, e não de qualquer espírito malicioso dos próprios cristãos. Lucas endereçou a sua dupla obra (Lucas-Atos) a um oficial romano, de nome Teófilo. Por conseguinte, dirigiu seu trabalho à aristocracia romana, esperando que se os argumentos ali contidos fossem recebidos e digeridos, o novel movimento cristão viesse a ser protegido, e não perseguido. Todavia, o seu grande alvo, do ponto de vista humano, fracassou, porque sobrevieram severas e prolongadas perseguições, desde muito tempo antes o evangelho de Lucas e do livro de Atos terem sido escritos e postos em circulação.

d)      Propósito Jurídico: Alguns estudiosos supõem que um objetivo do Médico amado seria o de usar o relato de Atos dos Apóstolos para ser lido como sumário de argumento para a defesa, no julgamento de seu amigo, o Apóstolo Paulo.

A Igreja em Jerusalém
1.    A comissão dos apóstolos
Os estudiosos chamam a missão dada por Jesus aos seus primeiros discípulos de “Grande Comissão”. Ele ordenou aos onze homens, com os quais mais dividira seu ministério terreno, que fossem ao mundo inteiro e fizessem discípulos em todas as nações, Ele lhes disse que ensinassem a esses novos discípulos tudo que haviam aprendido d’Ele (Mateus 28:18-20). Mais tarde, o apóstolo Paulo deu as mesmas instruções a Timóteo: "E o que de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros" (2 Timóteo 2:2). Mas, somente em nossas próprias forças não poderemos cumprir nossa comissão. Por isso, o Senhor nos deus uma capacitação além da natural: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”.

Qual o coração da Grande Comissão? Está a partir do versículo 19: “Portanto, ide e ensinai e fazei discípulos”. Podemos descobrir o coração da Grande Comissão, identificando os imperativos (tempos verbais que expressam ordem, determinação) nela: “Ide” e “fazei discípulos”. Os outros três verbos nos versículos 19 e 20 são gerúndios, ou seja, “indo”, “batizando” e “ensinando” - são as três funções indispensáveis de como fazer discípulos.  Assim, uma vez que esses versículos não são a Grande Sugestão, mas, sim, a Grande Comissão, o discipulado é imprescindível na vida da igreja e na vida de cada cristão.
Essa Comissão de Mateus 28.18-20  e paralelamente em Atos 1:8 é grande por, pelo menos, por cinco razões:

a)      É Grande em sua Autoridade. Das dezenas ou centenas de mandamentos de Jesus, este é o único em que Jesus se veste de toda a autoridade do Universo. Ele se coloca como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Na época bíblica, um súdito que ignorasse ou negligenciasse um mandato declarado com toda a autoridade real arriscava a própria vida. É com essa autoridade que fazemos a obra do Senhor (At 1:8).

b)      É Grande em seu Efeito Multiplicador. É assim que o reino de Deus pode explodir! Até então, havia só um discipulador multiplicando-se em outros - Jesus Cristo. Agora vem a Comissão para começar um movimento multiplicador, contra o qual nem as portas do inferno prevalecerão. Pouco depois, os discipuladores não eram só 11, mas 120. Um pouco mais depois não eram só 120, mas milhares. De pouco em pouco!

c) É Grande por sua Extensão Geográfica. Estende-se a todas as nações. Várias vezes o próprio Jesus limitou seu ministério e ordenou que os apóstolos também limitassem seus ministérios aos judeus. Aqui, ele abre o leque e abraça todo o mundo. Deus não admitiu que Sua igreja entrasse em um ostracismo, vivendo só para si, e encapsulada em um único ponto geográfico. Ele quer, na verdade, que Seu povo se expanda territorialmente e anuncie o evangelho a toda criatura,  tanto é que esse foi o objetivo  da  perseguição  de Atos 8: 1-4. A ordem que aparece em Atos 1:8 não é cronológica, ou seja, Cristo não falou para evangelizar primeiro Jerusalém,  segundo Judéia, terceiro Samaria e por último os confins da Terra. Essa interpretação é errada, perigosa, e fora da vontade do Senhor. O próprio texto de Atos 1:8 deixa claro que Jesus determinou que a obra da Sua igreja na Terra deveria ser desenvolvida simultaneamente nas três dimensões que Ele deseja que o Evangelho seja pregado. Isso fica claro nas expressões: “tanto em”; “como em”; e “até os”.

d) É Grande por sua Extensão a todos os aspectos da vida. Jesus nos chama a ensinar outros a guardarem tudo o que Ele ensinou. Esse mandato inclui toda a humanidade e, mais do que isso, implica não apenas o ensino, mas a prática desses mandamentos. No discipulado, o ensino sempre tem por fim a prática. Ou seja, o ensino que não leva à pratica não é discipulado.

e) É Grande por sua Extensão no Tempo. Estende-se até a consumação do século, até a volta de Cristo. Cada pastor e igreja que se envolve no discipulado conforme o exemplo de Jesus constrói os alicerces para um movimento que fluirá de sua igreja a todas as nações, até a consumação dos séculos.


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