Seguidores

sexta-feira, 12 de março de 2010

A revelação da minha realidade nos evangelhos

Ao ler os Evangelhos, e compreendendo-os, e discernindo-os, entendemos que eles são a transição e transcendência da nossa própria realidade. Um olhar mais apurado nos Evangelhos nos leva a enxergarmos a nós mesmos em seus encontros.
Sim. Afinal, se não fora assim, seria inútil suas descrições tão subjetivas, e todas as referências e atitudes de Jesus Cristo com todos e qualquer forma de encontros com a humanidade revelada e descrita nos evangelhos.
Vemos um Pedro impetuoso, uma Madalena endemoninhada, uma Marta auto-afirmativa, um Nicodemos mascarado, um Judas ladrão, uma prostituta consciente de si mesma, um Zaqueu trambiqueiro, um cego autopiedoso, enfim, são infinitas as descrições dos indivíduos revelados nos evangelhos, que fazem menção da minha própria realidade.
O que se faz necessário, é uma auto-consciência a cerca de si mesmo. De quem você é como indivíduo. Da sua natureza pecaminosa. Do seu estado natural de separabilidade e distanciamento de Deus devido ao pecado inferido nas entranhas de cada um. Afinal, somos pecadores desde o nosso nascimento.
Quando em Cristo somos esclarecidos acerca de nós mesmos, ganhamos a compreensão do que acima foi dito. Sim, discernimos a nós mesmos, de acordo com o que verdadeiramente somos: PECADORES!
E nesta consciência, olhamos os evangelhos, e nos vemos nos personagens relatados. Sim, vejo que já fui um Pedro, impetuoso, auto-afirmativo, impositivo, confiante da força bruta do meu próprio braço. Me percebo quão fragmentado fui como Madalena, vivendo uma vida partida, dicotomizada, onde não havia uma consciência própria, expressando várias personalidades, sob o controle da malignidade. Me discirno como Nicodemos, onde ainda que saiba a realidade e a verdade, mascaradamente proponho uma imagem positiva segundo a opinião do povo (Nicodemos sig.: imagem do povo), assumindo o significado do próprio nome, buscando certezas as escondidas na calada da noite, para que não caia em contradição naquilo que faço aos olhos de todos durante o dia debaixo do sol. Já carreguei a realidade de Judas, traidor, o impossível de entender e compreender a revelação da realidade, e subjugando aos outros para que consiga realizar aquilo que penso em mim mesmo ser o melhor como liberdade, sem me importar com as conseqüências. Já fui o Gadareno, o louco antes os olhos dos outros, o impossibilitado de discernir minhas próprias atitudes, o que carrega a transcendência do inconsciente coletivo de um grupo como sendo o referencial da loucura de todos.
Sim, quando se discerne O Evangelho, se compreende a sua própria exposição no mesmo.
Os evangelhos são a minha própria realidade. Os evangelhos são as expressões da minha própria natureza. São as revelações da minha interioridade.
Assim, quando se discerne a si mesmo em Cristo, se percebe subjetivamente nas expressões e encontros de todos os personagens descridos nos evangelhos.
O que me resta, é aceitar que mesmo me vendo, e me percebendo, e se discernindo como quem verdadeiramente sou mostrado e revelado nos evangelhos, é aceitar que sou aceito por Cristo, como Ele aceitou a todos nos evangelhos. E a mim mesmo, me aceitou na Sua Cruz.

Por Juliano Marcel

Nenhum comentário:

Postar um comentário