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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Olhos clínicos que contagiam

Você já parou pra pensar quantas vezes nos pegamos analisando a vida e o comportamento de nosso próximo como se fossemos especialistas, psicólogos, psicanalistas, ou qualquer profissional nessa área. Agimos como se já soubéssemos que devido a tal personalidade de alguém seu próximo passo será esse ou aquele, dizemos muitas vezes até que essa atitude ou aquela não terá futuro por acharmos que o conhecemos a tal ponto de sabermos qual será seu próximo fracasso, sua próxima desistência, de acordo com suas características. Muitos líderes nestes dias infelizmente tem se contaminado com os “olhos clínicos” que atingem sua capacidade de acreditar nas pessoas, de confiar, ou até mesmo de incentivar ou investir nelas, gerando então a desconfiança, a insegurança e o medo. Isso me faz imaginar a sena de um hospital, onde o paciente aguarda com expectativa seu resultado de um exame de câncer, claro que ele deseja que este seja negativo, pois ele acredita, ele sonha, ele tem suas esperanças, mas o médico mesmo antes de abrir o resultado, olha pra ele e já logo julga que o resultado será positivo, devido a sua cara magra, seu trejeito de doente, aquele caroço que não se sabe ainda da onde surgiu, os antigos exames que são suspeitos, os sintomas etc. Nunca se sabe o que encontraremos dentro do envelope dessa pessoa, se o resultado será positivo ou negativo, não será pela sua aparência nem pelo que achamos que conhecemos dela que descobriremos, se os médicos erram muitas vezes, quanto mais pessoas como nós.
O Objetivo de Jesus ao escolher seus discípulos era de que Eles continuassem sua missão de expandir o Reino de Deus na terra, mas sua escolha foi além das expectativas humanas, além do que as pessoas falariam, além até mesmo do que Ele via em cada um dos 12. Jesus verdadeiramente correu um grande risco ao tê-los escolhido, pois eles não tinham o perfil que nós talvez julgaríamos “ideal” para tamanha responsabilidade.
Alguns do time escolhido por Jesus:
Ao começar por Mateus, que tinha uma péssima reputação, conhecido por sua corrupção.
Tomé, tinha a paranóia da insegurança, só acreditava no que tocava, desconfiava de tudo e de todos, o mundo tinha que girar em torno das suas verdades.
Pedro, era o mais forte, determinado e sincero do grupo, mas era inculto, iletrado, intolerante, irritado, agressivo, inquieto, impaciente, indisciplinado, não suportava ser contrariado, não planejava o futuro, vivia somente em função dos prazeres do presente, além de tudo era imperativo e extremamente ansioso, repetia os mesmo erros com freqüência, mas ele foi escolhido.
João era o mais jovem, amável, prestativo e altruísta, porém ambicioso irritado, intolerante, intempestivo, nunca se colocava no lugar dos outros e não pensava antes de reagir, almejava a melhor posição entre os discípulos. A personalidade de João tinha paradoxos, era simples e explosiva, amável e flutuante.
Judas Iscariotes era moderado, dosado, discreto, equilibrado e sensato, não há elemento que indiquem que se tratava de uma pessoa tensa, ansiosa e inquieta, nunca tomou uma atitude agressiva ou impensada, jamais foi repreendido por seu Mestre.
Se analisarmos as características destes discípulos citados acima, tenho certeza de que não aprovaríamos nenhum, exceto Judas que aparentemente é o mais polido, mas foi exatamente ele quem traiu o Mestre. Os discípulos tinham muitos defeitos em sua personalidade, mas se Jesus tivesse apontado somente para seus erros, Ele nunca descobriria o time maravilhoso que estava com Ele, Jesus simplesmente deu a eles a oportunidade de serem pessoas excelentes, Jesus viu algo neles e quando ninguém os escolheria, Jesus os Escolheu, quando ninguém acreditaria neles , Jesus acreditou, e não foi aos melhores sacerdotes que Jesus confiou sua missão, mas foi a estes sem nenhuma capacidade aos olhos clínicos de alguém.
Muitos de nós ao sermos contagiados pelos olhos clínicos de hoje, deixamos pessoas deslumbrantes e cheias de potencial se esconderem sentadas nos bancos de suas igrejas, angustiadas por quererem fazer mais, por quererem expandir aquilo que há dentro delas, mas nós talvez pensamos que elas não estão preparadas, ou precisam ser aperfeiçoadas, etc. Os discípulos de Jesus foram aperfeiçoados a medida com que andavam com ele, depois de deixar tudo e segui-lo Jesus fez deles grandes homens .
Um dia alguém me disse que sabia que eu ia chegar até aqui, pois eu lhes passava isso em meus olhos, eu transmitia o desejo de ir, e realmente não tinham duvidas de que eu nascera pra isso, mas mal sabiam eles que no caminho existiram pessoas que me apontavam e jogavam pedras nos meus sonhos, existiram pessoas que não acreditavam em meu ministério, e chegaram a me dizer isso pessoalmente, imagine se você estivesse na sala daquele médico e antes mesmo de abrir o resultado ele te dissesse, eu não preciso abrir o envelope pra saber que você esta doente e vai morrer dentro de alguns dias, o que você faria? Eu simplesmente não acreditei no que as pessoas pensavam de mim eu sabia que o envelope da minha vida continha algo que as pessoas desconheciam, existia la dentro um sonho que somente Jesus podia ver, e eu acreditei neste sonho.
O que precisamos enxergar é que erramos ao julgar a capacidade de alguém pois nenhum de nós estamos prontos para nada, ou aperfeiçoados para fazer algo, a verdade é que Jesus é o especialista em usar as coisas que não são para confundir as que são, Depois de ter negado Jesus três vezes, Pedro foi um dos grandes homens usados por Deus e converteu muitas pessoas, depois de tantos erros e defeitos que descobrimos em nós ao longo do caminho, é que veremos quão grande é o poder de Deus para nos transformar e acreditar em nós mesmo sendo simples pecadores.
Existem pessoas que precisam de nossa ajuda para serem grandes homens e exercerem sua missão, precisam de uma palavra de confiança, ainda que elas venham a errar, lembre-se que nós também erramos um dia, e mesmo assim Ele nos escolheu, e nos confiou o nome de “Cristãos”que quer dizer discípulos ou imitadores de Cristo. Lutemos para ser como Ele e não vamos jamais envergonhar seu nome .
Obs. O estudo sobre a qualidade e desqualificações dos discípulos citados acima foram estudadas e escritas por Augusto Cury em seu livro “Nunca desista de seus sonhos”.


Por missionários Jefferson e Anibelli

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